Entre os macacos bonobo, as mães têm um papel fundamental em matéria de acasalamento. São elas que muitas vezes localizam fêmeas atraentes e põem as suas crias em frente a elas, impedindo que outros rivais se aproximem. Quanto mais elevado o lugar das mães na hierarquia social, maior a probabilidade de os seus filhos se ligarem a fêmeas.
Estas conclusões surgem num estudo publicado terça-feira na revista Current Biology. Investigadores do Departamento de Primatologia do Instituto Max Planck de Antropología Evolutiva, em Leipzig (Alemanha), estudaram comunidades de bonobos na República Democrática do Congo, bem como chimpanzés em três outros países africanos.
O bonobo, também conhecido por chimpanzé-pigmeu, é ele próprio um chimpanzé, embora este nome seja normalmente dado ao 'pan troglodytes', ou chimpanzé comum. Ambos têm um comportamento mais próximo do dos seres humanos que quaisquer outros animais.
Um dos aspetos que distingue o bonobo é a frequência das relações sexuais. O facto de nas suas comunidades as fêmeas terem com frequência um papel dominante, ao contrário do que acontece com os outros chimpanzés, ajuda a explicar o êxito dos machos a acasalar.
"É a primeira vez que podemos mostrar o impacto da presença da mãe num traço masculino tão importante como a fertilidade. Surpreendeu-nos ver que as mães têm uma influência tão direta e forte na quantidade de netos que conseguem", explica um dos investigadores envolvidos no estudo agora publicado.