As crises no Sudão e na Líbia são debatidas esta terça-feira, no Cairo, em duas cimeiras de emergência convocadas pelo chefe de Estado do Egito e presidente em exercício da União Africana (UA), Abdel Fattah al-Sisi.
Segundo a presidência egípcia, os líderes africanos vão discutir “a evolução da situação no Sudão”, onde os protestos continuam depois de o Presidente Omar al-Bashir ter sido deposto pelos militares. A UA também tentará “estancar a atual crise” na Líbia, onde o general renegado Khalifa Haftar lidera uma ofensiva sobre a capital, Trípoli.
“Contribuir para a estabilidade” no Sudão
No caso sudanês, o objetivo é debater “as formas mais apropriadas” de abordar a situação e “contribuir para a estabilidade e a paz”. A 15 de abril, a UA ameaçou suspender o Sudão do bloco regional se, no prazo de duas semanas, os militares não entregassem o poder a uma autoridade civil.
O presidente da comissão da UA (e ex-primeiro-ministro do Chade), Moussa Faki, também participa nas conversações, juntamente com responsáveis da Etiópia, Nigéria, Quénia, Sudão do Sul e Uganda.
“Relançar um processo político” na Líbia
Ainda de acordo com a presidência egípcia, a cimeira sobre a Líbia visa “relançar um processo político e eliminar o terrorismo”, juntando líderes da África do Sul, Congo e Ruanda. O autoproclamado Exército Nacional da Líbia, liderado por Haftar, tenta, desde o início do mês, tomar Trípoli, a sede do Governo de Acordo Nacional, internacionalmente reconhecido.
O Egito é um grande aliado de Haftar, que também tem o apoio dos Emirados Árabes Unidos e que, segundo a Casa Branca, falou ao telefone com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada.
Abdel Fattah al-Sisi, que nos últimos dias submeteu a referendo emendas constitucionais que poderão mantê-lo no poder até 2030, recebe os Presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, do Chade, Idriss Déby, do Congo, Denis Sassou Nguesso, do Djibouti, Ismaïl Omar Guelleh, do Ruanda, Paul Kagame, e da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed.