Internacional

Vladimir Putin regista os valores mais baixos de confiança desde 2006

A confiança no Presidente russo caiu 33,4% num contexto de crescimento económico lento, queda do rendimento disponível e aumento da idade da reforma. Putin ainda goza de um índice de aprovação geral de 63%, apesar de o indicador ter caído dos 89% registados em 2015. As sanções económicas à Rússia têm agravado as condições de pessoas e empresas

EPA/ALEXEI DRUZHININ/SPUTNIK/KREMLIN POOL

A confiança dos russos no seu Presidente, Vladimir Putin, caiu para os valores mais baixos desde 2006, segundo uma sondagem do Centro estatal de Pesquisa da Opinião Pública, citada pela Al Jazeera.

Na semana passada, a confiança em Putin caiu 33,4% num contexto de crescimento económico lento, queda do rendimento disponível e aumento da idade da reforma. Em 2015, um ano após a anexação da Crimeia à Ucrânia, o índice de confiança estava nos 71%. Já em dezembro de 2018, uma outra sondagem mostrava que 53% dos inquiridos chumbavam a performance do Governo.

Putin ainda goza de um índice de aprovação geral de 63%, apesar de o indicador ter caído dos 89% registados em 2015.

“O sistema russo já não pode cumprir o contrato social”

Quando chegou ao poder em 1998, Putin prometeu aos russos melhores condições de vida e salários decentes em troca da liberdade de expressão, escreve a Al Jazeera. No entanto, “o sistema russo já não pode cumprir o contrato social que foi oferecido implicitamente à população”, avalia o investigador Mathieu Boulègue, da Chatham House, para a Rússia e a Eurásia. “Putin prometeu fazer a Rússia grande outra vez. Fazê-la renascer das cinzas da União Soviética e tornar-se novamente uma grande potência ao expressar as posições da Rússia, o estilo russo na arena internacional”, acrescentou.

No entanto, o envolvimento do país na guerra civil em curso na Síria e o conflito latente na Ucrânia têm-se refletido nos padrões de vida da população. Desde 2014, o rendimento disponível tem vindo a diminuir e prevê-se que caia ainda mais este ano.

O peso das sanções

A política externa do Kremlin também implica custos elevados: quase cinco anos de sanções dos EUA e da União Europeia, impostas na sequência da anexação da Crimeia, colocaram as grandes empresas sob uma pressão cada vez maior.

As esperanças de um levantamento das sanções este ano esfumaram-se depois de mais um episódio de tensão com a Ucrânia no Estreito de Kerch, em novembro do ano passado, quando guardas de fronteira russos capturaram três navios da Marinha ucraniana e 24 marinheiros.