Um tribunal federal de Los Angeles rejeitou o processo da atriz Ashley Judd contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein, que acusara de assédio sexual.
De acordo com o juiz Philip Gutierrez, as alegações da atriz americana não podem ser consideradas no âmbito do processo por assédio sexual. Por analisar, continuarão, no entanto, as queixas por difamação contra Weinstein.
A atriz norte-americana processou em maio do ano passado o produtor de filmes por assédio sexual e difamação, alegando que ele prejudicou a sua carreira no cinema depois de ter recusado os seus avanços sexuais. Weinstein negou todas as acusações.
O juiz Philip Gutierrez já tinha rejeitado uma queixa da atriz em setembro mas depois o processo foi novamente iniciado devido a alterações à lei da Califórnia sobre assédio sexual e comportamentos considerados impróprios em locais de trabalho. Em comunicado, o juiz explicou agora que essas alterações não podem ser aplicadas retrospetivamente ao caso de Ashley Judd.
O advogado de Harvey Weinstein saudou a decisão, sublinhando que as alegações da atriz norte-americana “são completamente injustificadas”, assim como o são as restantes queixas. “Também essas serão rejeitadas. É isso que esperamos”, acrescentou, citado pelos meios de comunicação internacionais.
No processo apresentado em setembro, Ashley Judd diz ter perdido um papel no filme “O Senhor dos Anéis”, em 1998, por causa de Weinstein, que terá feito “calúnias infundadas” contra ela. Segundo Judd, o produtor norte-americano quis vingar-se depois de ter visto “pedidos sexuais” serem rejeitados pela atriz um ano antes, quando ele “a encurralou num quarto de um hotel com o pretexto de discutir negócios”. “Weinstein usou o seu poder na indústria do entretenimento para prejudicar a reputação de Judd e limitar a sua capacidade de encontrar trabalho”, lê-se ainda no processo, consultado na altura pela agência de notícias Reuters.
Ashley Judd foi uma das primeiras mulheres a acusar formalmente Weinstein de má conduta sexual, em outubro de 2017, tendo depois disso surgido o movimento #MeToo nas redes sociais contra assédio e agressão sexual.
No caso de Harvey Weinstein, este enfrenta ainda outras cinco acusações de assédio sexual, incluindo uma violação. Os seus advogados argumentaram que os casos civis não deveriam ser ouvidos em tribunal até à conclusão da investigação criminal em curso envolvendo o produtor.