Parece cada vez mais remota a hipótese de o ex-patrão da Nissan, Carlos Ghosn, passar o Natal em casa. Preso há mais de um mês por alegada má conduta financeira, Ghosn foi novamente indiciado esta sexta-feira, desta vez por quebra de confiança, o que significa que poderá continuar detido durante pelo menos mais dois dias. Com a aprovação do tribunal, o Ministério Público japonês ainda pode prorrogar a detenção por 10 a 20 dias.
Ainda na quinta-feira, o empresário conseguiu uma pequena vitória jurídica quando um tribunal de Tóquio rejeitou o pedido dos procuradores de prolongar a sua detenção por alegada notificação insuficiente de rendimentos. Durante algumas horas, Ghosn alimentou a esperança de ser libertado sob fiança antes do Natal.
Os procuradores alegaram esta sexta-feira que o empresário transferiu quase 15 milhões de euros de prejuízos dos seus investimentos privados para a Nissan, em 2008, quando eclodiu a crise financeira global. O escritório do advogado de Ghosn ainda não se pronunciou sobre as novas alegações.
A prisão do empresário a 19 de novembro abalou a indústria automóvel internacional e colocou sob tensão a aliança que ele construiu entre a Nissan, a Renault e a Mitsubishi Motors. Desde então, Ghosn foi despedido da presidência da Nissan e da Mitsubishi, enquanto a Renault nomeou uma gestão interina, mantendo o empresário na folha de pagamentos.
Ghosn ainda não emitiu qualquer declaração pública sobre o número crescente de alegações contra ele. Citando fontes não identificadas, os media japoneses dizem que o empresário nega quaisquer irregularidades.