Internacional

Muitos ministros à beira dos 70 anos e uma mulher nas Relações Exteriores

A senadora Ana Amélia deverá assumir a tutela das Relações Exteriores. Tem 73 anos, foi jornalista, e representa a “direita mais dura, ligada aos grupos agrários mais conservadores”

Apoiantes do Presidente eleito, Jair Bolsonaro, celebram a vitória em Brasília
JOEDSON ALVES /EPA

Um possível Executivo de Jair Bolsonaro terá muitos ministros com mais de 60 anos. Além do reputado “economista Paulo Guedes [69 anos] nas Finanças, apenas o general Augusto Heleno Pereira [70 anos] está confirmado no Ministério da Defesa”, diz ao Expresso Octávio Amorim Neto, catedrático de Ciência Política na Fundação Getúlio Vargas: “Bolsonaro tem de superar as dificuldades que tem tido com sectores do eleitorado feminino e a nomeação de uma ou mais ministras será um passo nessa direção”, acrescenta.

A senadora Ana Amélia, que foi candidata a vice-presidente de Geraldo Alckmin (PSDB) na primeira volta destas presidenciais, é o nome que circula como mais provável para os Negócios Estrangeiros. Viúva de 73 anos, abandonou o jornalismo em 2010 para se candidatar ao Senado federal. Oposicionista convicta de Dilma Rousseff, é uma mulher “da direita mais dura, ligada aos grupos agrários mais conservadores, e se o seu nome se confirmar mesmo para ocupar o equivalente brasileiro do Palácio das Necessidades, é como escolherem-me a mim para treinar a equipa do Vitória de Guimarães”, ironiza Renato Lessa, catedrático de Filosofia Política.

A chefia da Casa Civil do Presidente vai ser entregue ao veterinário e deputado Onyx Lorenzoni, garante o professor Jorge Zaverucha. Lorenzoni, 64 anos, foi o primeiro líder parlamentar dos Democratas (direita), participou em dez comissões parlamentares de inquérito e destacou-se como opositor ao Governo do PT; foi considerado um dos cem parlamentares mais influentes do Congresso pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

A descer a média etária está o advogado Gustavo Bebiano, presidente do PSL, apoiante incondicional de Bolsonaro, e o nome mais provável para ser ministro da Justiça