Este voto acontece após uma audiência que deixou a América pregada à televisão durante o dia todo de quinta-feira enquanto Brett Kavanaugh, o nome de Donald Trump para o lugar vago no Supremo Tribunal, se defendia, por entre lágrimas e acusações políticas, das sérias acusações de abuso sexual explicadas, nesse mesmo Senado, pela professora Christine Ford.
Com este voto favorável do Comité Judicial do Senado - 11 republicanos deram luz verde e 10 votaram contra - Kavanaugh, que já foi acusado de comportamento sexual impróprio por outras três mulheres, fica mais próximo se se sentar no mais alto tribunal dos Estados Unidos, no qual o lugar de juiz é vitalício. E os republicanos ficam mais próximos de “trancar” uma maioria de juízes conservadores no Supremo. O voto segue agora para o Senado, onde os senadores terão que votar a aprovação de 51 senadores ou 50/50 com o vice-Presidente Mike Pence a desempatar.
Mas o fim da sessão não foi calmo com Jeff Flake, o republicano anti-Trump que nunca disse, até ao último momento, se votaria ou não na confirmação de Kavanaugh, a dizer que quer uma semana, pelo menos, até ao voto final no Senado para permitir ao FBI tempo para investigar estas acusações.
A confirmação do comité é um passo bastante importante na confirmação de um candidato ao Supremo e é raro o Senado rejeitar alguém com “ficha limpa” pelo Comité Judicial.
No limbo estiveram os votos de duas senadoras republicanas (Susan Collins do Maine e Lisa Murkowski do Alasca) defensoras do direito ao aborto. Este ponto é importante porque Donald Trump já disse várias vezes querer um Supremo Tribunal “pró-vida” e há o medo latente de que Kavanaugh seja o degrau que falta para a anulação da histórica sentença Roe versus Wade, que descriminalizou a interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos.