Os organizadores falam em 950 mil, a Guardia Civil estima que tenham sido 350 mil os espanhóis que, este domingo, entupiram o centro de Barcelona numa manifestação inequívoca de apoio à unidade de Espanha e de rejeição da independência da Catalunha.
Convocada pela Societat Civil Catalana, o protesto decorreu sob o lema “Basta, recuperemos a sensatez”. Terminou junto à Estação de França, onde, num palco ali montado, foi lido o manifesto final. “O nacionalismo é uma ideologia reacionária que é fonte de divisão e de confrontação e que escreveu as piores páginas da humanidade. A Espanha e a Europa sabem-no, desgraçadamente. Por isso, opomo-nos com firmeza à secessão”, ouviu-se.
Antes da leitura do manifesto — que terminou com um sonoro “Visca Catalunya, Visca Espanya, Visca Europa” — usou da palavra o escritor peruano Mario Vargas Llosa que também advertiu para os perigos do nacionalismo. “A paixão pode ser perigosa quando é movida pelo fanatismo e pelo racismo. A pior de todas as paixões é a nacionalista”, disse o Nobel da Literatura. “A democracia espanhola está aqui para durar e nenhuma conspiração independentista a destruirá”, acrescentou.
O escritor referiu-se também à recente debandada de bancos e empresas que retiraram as suas sedes da região. “Não queremos que as empresas saiam da Catalunha como que se fosse uma cidade medieval afetada pela peste. Queremos que as empresas voltem à Catalunha para que seja a locomotora da Espanha.”
Mais de três horas após ter arrancado, junto à estação Urquinaona, a manifestação foi dada por concluída. A multidão começou a dispersar ordeiramente, não se contendo nas palavras de ordem: “A Espanha unida jamais será vencida”, ouviu-se.