São pelo menos 58 mortos e 515 feridos. Os números das vítimas do tiroteio em Las Vegas voltaram a aumentar, confirmou a polícia norte-americana em conferência de imprensa, esta segunda-feira à tarde. Já é considerado o “tiroteio mais mortífero” na história dos Estados Unidos da América.
Depois do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) ter reivindicado o ataque, o FBI negou qualquer ligação entre o atirador e grupos de terrorismo internacional. Stephen Paddock, apontado pela polícia como suspeito de levar a cabo o tiroteio, morreu no local. Tinha 64 anos e não tinha registo criminal.
“Não tínhamos qualquer alerta em relação a esta pessoa. Não sabemos como poderia ter sido prevenido o tiroteio”, disse o xerife de Las Vegas, Joe Lombardo em conferência de imprensa.
Na noite de domingo (já madrugada em Lisboa), um homem, a partir do 32 andar do Mandalay Bay hotel, começou a disparar sobre as cerca de 22 mil pessoas que assistiam a um festival de música ao ar-livre, que acontecia nos arredores da unidade hoteleira. O atirador suicidou-se quando a polícia entrou no quarto. No local, foram encontradas dez armas.
Segundo a CNN, que cita fonte das autoridades norte-americanas, Paddock comprou, no passado, várias armas na Califórnia mas nenhuma destas foi encontrada no quarto de hotel. Tendo em conta a situação, a polícia acredita que as armas usadas no tiroteio foram compradas legalmente.
Trump não fala em terrorismo
Sem falar em terrorismo, Donald Trump condenou o tiroteio em Las Vegas, esta segunda-feira. Em conferência de imprensa, o Presidente norte-americano apelou à unidade nacional e à união num período que considerou ser “muito negro”.
“Eu e a Melania rezamos por todos os americanos que foram afetados, feridos ou que perderam ente-queridos neste terrível ataque. Rezamos por toda a nação para encontrar união e paz. E rezamos também pelo dia em que esta maldade desapareça e que os inocentes estejam protegido do odeio e do medo”, afirmou Trump. “Hoje, estamos juntos na tristeza, choque e luto. Foi um ato de pura maldade”, acrescentou.
Durante a tarde, o Daesh reivindicou o ataque, justificando que Paddock se “converteu hás poucos meses”. No entanto, as autoridades não confirmam a ligação com o grupo terrorista. Como explica a BBC, há uma série de detalhes no caso que questionam teoria de ser um ato terrorista. O primeiro apontado é a decisão do atirador em cometer o suicídio, que não é bem visto aos olhos do Islão. Quando se fazem explodir, por exemplo, o objetivo é ferir o máximo pessoas possíveis e isso não aconteceu. Além disso, Paddock não se enquadra no padrão habitual dos “soldados” da jihad, que costumam ser jovens.
Mesmo assim, referem os órgãos de comunicação norte-americanos, a imagem de Paddock está a ser partilhada online como um mártir. Relacionam ainda os incidentes de Las Vegas com o esfaqueamento em Marselha, no domingo à noite, que fez dois mortos.