A situação acalmou na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, depois da entrada de 950 elementos das Forças Armadas, na sexta-feira à tarde. Mas a ordem é para continuar a vigilância - quase três mil homens estão de prevenção para o caso da situação se voltar a agravar - e a busca por alguns dos maiores traficantes de droga que disputam o controlo daquela comunidade, onde moram 70 mil pessoas.
Há uma semana que se intensificaram os confrontos entre as fações lideradas por Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157 e que está escondido na favela, e António Bonfim Lopes, o "Nem", o seu antecessor no controlo do tráfico na Rocinha e que foi preso em 2011.
Os tiroteios diários e os ataques a elementos da Polícia Militar na manhã de ontem levaram o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, a pedir ajuda militar, conta a imprensa brasileira.
Foram encerradas estradas, túneis, escolas, centros de saúde e lojas. "Já vi isso tantas vezes que me acostumei", contou ao Estado de São Paulo um morador. "Ruins foram estes últimos dias, quando teve tiro a noite toda. Agora vem aquela parte de a polícia entrar, os traficantes fugirem e a situação se acalmar até o próximo capítulo".
Em entrevista à TV Globo, o ministro da Defesa, Raul Jungman,disse não haver nenhuma previsão para a saída das forças armadas, que estão também a ajudar a polícia a tentar localizar os criminosos ligados à tráfico de droga e que se suspeita estarem escondidos ou em casas naquela comunidade no sul da cidade ou na zona de floresta à volta.
Apesar de os maiores problemas se concentraram neste momento na Rocinha, registaram-se ainda confrontos nos bairros da Maré, Alemão, Dona Marta, Chapéu, Mangueira, Cidade de Deus e Vila Kennedy.