Internacional

Temer recua na utilização do exército para conter manifestantes

Um dia depois das Forças Armadas terem intervindo, após os protestos terem dado lugar a ataques contra edifícios de Ministérios em Brasília, o Presidente brasileiro revogou o decreto que permitia a intervenção militar

O Presidente brasileiro Michel Temer acabou por revogar esta quinta-feira de manhã o decreto que aprovara na véspera e que permitiu o recurso às Forças Armadas para conter os protestos que deram lugar a ataques a diversos edifícios de Ministérios em Brasília.

Temer tomou a decisão após ter estado reunido no Palácio do Planalto com diversos ministros para avaliar a situação.

O decreto permitia que a título excecional as Forças Armadas atuassem em funções policiais até à próxima quarta-feira, tendo gerado inúmeras criticas vindas da Câmara dos Deputados.

Os próprios assessores do Presidente advertiram-no para o desgaste ainda maior que essa medida teria na sua imagem.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, indicara que a atuação dos militares destinava-se apenas a proteger os edifícios ministeriais, mas os militares foram vistos a circular por outras zonas da capital.

Apesar da situação na Esplanada dos Ministérios estar esta quinta-feira mais calma, um alerta de bomba. Os funcionários abandonaram o edifício e foi chamada uma brigada anti-bombas devido a um pacote suspeito encontrado numa sala de reuniões

O protesto de quarta-feira foi organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda. As fontes oficiais indicaram que contou com cerca de 45 mil pessoas, mas os promotores falam em 150 mil.

Grupos de manifestantes encapuzados acabaram por efetuar ataques contra oito edifícios ministeriais, em dois dos quais foram ateados fogos.

A polícia militar disparou contra manifestantes, um procedimento que a Secretaria da Segurança do Distrito Federal indicou que irá investigar. 49 pessoas ficaram feridas, 8 foram detidas.