As tropas leais ao Governo do Burkina Faso juntaram-se na capital do país, Ouagadougou, e advertiram os responsáveis pelo golpe de Estado que serão atacados caso não entreguem as armas. O ultimato terminou às 11h desta terça-feira.
As negociações prosseguem entre o Exército e a guarda presidencial responsável pelo golpe, numa tentativa de que a rendição destes últimos seja conseguida sem troca de tiros ou derramamento de sangue.
Os autores do golpe libertaram, entretanto, o primeiro-ministro interino, Yacouba Isaac Zida, que estava detido desde quarta-feira passada.
O atual Presidente, o General Gilbert Diendéré, endereçou um pedido de desculpas à nação na segunda-feira, e comprometeu-se a entregar o controlo do país a um governo civil de transição, o que poderá viabilizar um cenário de eleições no país, previstas para o final deste ano.
A libertação de Zida aconteceu horas depois dos soldados fiéis ao Governo entrarem na capital sem terem encontrado resistência.
Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas durante os protestos que se seguiram ao golpe de Estado. Este golpe surge semanas antes das primeiras eleições desde que o antigo Presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, foi deposto. O ex-chefe de Estado, que tentou prolongar o seu reinado de 27 anos no poder, foi afastado do cargo na sequência de uma revolta popular em outubro passado.