Já imaginou estar a recuperar a saúde numa instituição e, de repente, ver um robô a entrar no quarto para lhe entregar o almoço? Não se preocupe que não são efeitos secundários dos medicamentos. Seria apenas sinal que estaria no hospital de St. Olav na Noruega.
Trata-se de uma instituição que, nos últimos dez anos, foi um alvo de um conjunto de obras de grande dimensão para cimentar a sua posição como o hospital tecnologicamente mais avançado do norte da Europa, e um dos principais em todo o mundo.
80% dos edifícios foram substituídos, num complexo que ocupa cerca de 200 mil metros quadrados na cidade costeira de Trondheim, e que foi desenhado à volta de uma estrutura central com nove unidades ligadas por túneis de abastecimento. Uma série de alterações que também se estenderam à organização de St. Olav e que transformaram o hospital no primeiro da Noruega a integrar, completamente, tratamento, investigação e ensino.
Mudanças que originaram um desafio: “Para quem não conhece, pode ser complicado ver tudo no 'novo hospital'”, confessou Stig Slordahl, o reitor da Faculdade de Medicina do complexo. “Por isso, estamos a implementar soluções para facilitar a movimentação de todos”, revela.
Bloco operatório do futuro
Uma delas é o Mazemap, da Cisco, uma app que permite ver, em tempo real, onde se encontram determinadas pessoas no hospital e formas mais rápidas de chegar a determinada área. A aplicação tem como suporte um software que recolhe uma enorme quantidade de dados, para dar informações atualizadas ao segundo, e que transformou a instituição numa das primeiras a integrar todos os seus serviços tecnológicos numa única rede.
Outro dos fatores de destaque em St. Olav é a automatização dos serviços de apoio a funcionários e utentes, implementado em colaboração com a Swisslog. O transporte de medicamentos ou amostras, por exemplo, é feito através de uma rede de tubos pneumáticos que liga todo o complexo e tem mais de 10 quilómetros de tamanho, no total. Pode transportar até cinco quilos de material em qualquer instância.
As entregas de comida e roupa fazem-se a partir de um sistema de veículos robóticos, que percorrem automaticamente uma série de rotas predeterminadas e carregam até 500 quilos. Conseguem acionar elevadores e têm um sistema laser para identificar e contornar potenciais obstáculos.
No hospital pode-se encontrar ainda um espaço conhecido como o “bloco operatório do futuro”, composto por seis salas de operações em que as principais marcas colocam os seus aparelhos mais inovadores para testar e aferir o seu potencial. De técnicas menos invasivas a novas formas de atacar certos problemas, a investigação é do mais avançado que se pratica.
Um hospital do presente a prever o futuro.