Na reta final do ano, o Governo disponibilizou 507 vagas para a contratação de especialistas em medicina geral e familiar e saúde pública, mas, ainda que seja um sinal na direção certa, há quem defenda uma estratégia bem pensada e, sobretudo, executada. "O desafio mais central e urgente na área da saúde é a execução, e sublinho execução, de um programa de captação de recursos humanos qualificados na área da saúde”, pede o diretor de Oncologia do Hospital de Santa Maria, Luís Marques da Costa.
O Expresso volta a associar-se como media partner ao Programa Gilead Génese, que regressa em 2025 para a sua 10ª edição de apoio à investigação e a projetos comunitários na área da saúde. Até à cerimónia de entrega das bolsas, publicamos dez entrevistas curtas com personalidades de renome sobre os principais desafios do sector. A primeira, hoje publicada, é com Luís Marques da Costa, que acumula funções como investigador do Instituto de Medicina Molecular (iMM) na área da oncologia.
O especialista, que já viu vários dos projetos que lidera premiados, reforça que “não é possível oferecer qualidade sem captar e reter talento profissional”, e alerta que, para isso, não basta uma “remuneração justa”. É preciso garantir eficácia e condições de exercício profissional.
“Precisamos de todo o tipo de investigação, mas gostaria de salientar que necessitamos cada vez mais de investigação que rapidamente se concretize em mais valor para a sociedade”, afiança
A par da contratação de mais recursos humanos para a saúde, Luís Marques da Costa pede aposta em “todo o tipo de investigação”, ainda que sublinhe a importância de ter “cada vez mais investigação que rapidamente se concretize em mais valor para a sociedade”.
Do lado da investigação clínica, área que bem conhece, o perito clama por mais “apoio de estruturas profissionais” e defende que este pode ser um bom argumento à contratação de mais profissionais de saúde. “É incontornável assumirmos que a análise de grandes bases de dados pode ser, deveria já ser, um instrumento muito importante para a elaboração de planos de atuação para as grandes “pandemias”: infeciosas e outras”, afirma. Este tipo de investigação, garante, permitirá “impactar muitas das questões que serão eleitas como prioritárias para a investigação clínica, translacional e básica”.
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