Coimbra foi escolhida como cidade anfitriã do sexto centro de inovação tecnológica da IBM em Portugal, confirmou esta manhã o presidente da multinacional Ricardo Martinho. O protocolo de cooperação que junta a multinacional, a sua subsidiária Softinsa, a Câmara Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra foi assinado esta sexta-feira à margem do Coimbra Invest Summit, no Convento São Francisco.
“Será um centro especializado na inovação e na tecnologia, articulado numa rede de centros em Portugal, mas também em colaboração com os nossos centros de Espanha e do resto do mundo”, detalha Ricardo Martinho. Para o gestor, esta é uma oportunidade para utilizar “o município de Coimbra como um laboratório vivo” para experiências de inovação em várias áreas.
Entre os domínios a trabalhar estão “as cidades inteligentes, a eficiência energética e até a inclusão”, que terão como base a “metodologia IBM ESG”. “Para Coimbra, [este protocolo] é um marco extraordinariamente relevante, é um salto quântico”, acrescenta José Manuel Silva, líder do executivo camarário.
Para Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra, este é um passo “muito importante” para reforçar a relação de colaboração da academia com as empresas, assim como para reforçar a qualidade da formação de talento. Aliás, Ricardo Martinho diz mesmo que, “sempre que possível, iremos privilegiar os talentos de Coimbra, em especial os diplomados da Universidade de Coimbra das áreas de engenharia”.
O novo centro de inovação tecnológica da IBM em Coimbra vem juntar-se aos que já existem em Tomar, Viseu, Fundão, Portalegre e Vila Real.
O protocolo foi assinado à margem do Coimbra Invest Summit, cujo programa chega esta sexta-feira ao fim com a presença do Ministro da Economia, António Costa e Silva. O responsável pela pasta da Economia lembrou o currículo qualificado de Coimbra, como “cidade do conhecimento e do saber”, e sublinhou a importância de “ligar o conhecimento ao desenvolvimento económico do país”. O apelo à colaboração entre academia e empresas, mas também entre instituições foi várias vezes repetido.
“Penso que com todas estas valências vamos apoiar a transformação de Coimbra, a transformação da economia. Trabalhar ombro a ombro com o senhor presidente, com o senhor reitor, com as empresas, com as universidades porque isso é absolutamente fulcral para o futuro”, reforçou.
Conheça as principais conclusões do último dia do evento:
Sector da saúde é prioritário
- Sendo Coimbra uma cidade com forte associação à medicina, por via do seu Centro Hospitalar e Universitário (CHUC), a captação de investimento para esta área é importante para a região. E a sua relevância não se esgota no desenvolvimento económico, mas tem impacto também na capacidade da cidade reter os milhares de estudantes que ali se formam todos os anos.
- “Este é um problema transversal, [os estudantes de medicina] não ficam em Coimbra como não ficam em Lisboa”, considera o pneumologista Carlos Robalo Cordeiro, do CHUC. Para o especialista é fundamental “que exista tempo protegido” para investigação nos hospitais, porque só assim as instituições conseguem “atrair e reter talento”.
- José Alexandre Cunha, chairman do grupo IGHS, tem uma perspetiva diferente. Diz não ver “mal nenhum em que o talento vá para fora”, por ser um sinal de reconhecimento da sua qualidade e da facilidade de circulação na Europa e no mundo, mas aponta o que acredita ser a fórmula básica para evitar a famosa fuga de cérebros. “Para fixar estudantes na cidade de Coimbra temos de lhes dar oportunidades, caso contrário piram-se. É normal”, aponta.
- Promover um ambiente propício ao desenvolvimento económico foi, de resto, o ponto central durante toda a cimeira Coimbra Invest Summit. A farmacêutica BluePharma, sediada no concelho, é hoje líder de uma das agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência e um exemplo que António Costa e Silva quer ver replicado. “Portugal pode ser uma espécie de fábrica de medicamentos da Europa”, assegura o Ministro da Economia.
[artigo atualizado às 14h15 com mais informação]