Projetos Expresso

O poder das redes e da conexão na mobilidade do conhecimento

Numa era globalizada também a academia pode beneficiar da conexão entre instituições para potenciar o conhecimento dos seus estudantes. Saiba como, durante a terceira conversa organizada pelo novo projeto do Expresso que tem como propósito esclarecer os portugueses quanto a temas ligados à Universidade

Está a chegar o V Encontro Internacional de Reitores Universia, uma iniciativa que juntará cerca de 700 líderes universitários de todo o mundo e que terá lugar em Valência (Espanha), durante os dias 8, 9 e 10 de maio, sob o tema "Universidade e Sociedade.

O Expresso une-se a este evento promovendo 5 conversas sobre temas ligados a estas instituições de ensino (as duas primeira já foram publicadas e podem ser ouvidas AQUI e AQUI, respetivamente).

A terceira conversa centra-se no papel das redes e da conexão na mobilidade do conhecimento. Para debater este tema foram convidados os seguintes oradores:

  • João Sàágua, reitor da Universidade NOVA de Lisboa
  • Rosário Rocha, estudante de Engenharia e Gestão Industrial na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
  • António Barros, estudante de Engenharia Eletrónica e de Computadores na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

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universidades da Europa - nas quais a NOVA se inclui - fazem parte do projeto EUTOPIA, uma aliança que traz oportunidades para colaborar com parceiros europeus e reforça a missão global e cívica das universidades

Conheça as ideias principais desta terceira conversa:

  • "O conhecimento está globalizado e as grandes questões do mundo são globais", sublinha João Sàágua;
  • Estas questões são complexas, sendo por isso difícil que apenas um indivíduo ou grupo lhes consiga dar resposta. “Mais do que competirem, as universidades têm que colaborar”, diz João Sàágua;
  • Ir para fora traz experiências e conhecimento diferentes. “Indo para outras universidades vamos contactar com métodos de ensino completamente diferentes”, lembra Rosário Rocha;
  • Para António Barros, o Erasmus é uma experiência “essencial” para qualquer estudante, mesmo que no início muita gente não tenha perceção das portas que pode abrir. “Já recebi propostas de estágio e de emprego num contexto internacional, numas áreas de estudo que aqui não seria capaz de trabalhar”, acrescenta;
  • As experiências no estrangeiro podem ainda potenciar as capacidades de comunicação, ajudar a sair da zona de conforto ou melhorar a capacidade de decisão, assim como abrir horizontes para o futuro;
  • O consórcio Campus Sul é uma iniciativa que pretende promover a mobilidade interna e que junta a Universidade de Évora, a Universidade do Algarve e a NOVA. “A ideia é proporcionar ao estudante um alargamento dos seus horizontes”;
  • A mobilidade interna permite uma experiência de cidadania, de contacto com as diferenças, que promove a tolerância e a consciência;
  • Num contexto cada vez mais digital o desafio da sala de aula é o mais flagrante para o reitor da NOVA, que acredita que este espaço deve ser privilegiado e adaptado, transferindo a parte mais expositiva para uma sala mais digital e trazendo para a sala física uma experiência ativa dos estudantes através, por exemplo, de debates ou trabalhos de grupo;
  • “Penso que pode ser benéfico para o estudante realizar cursos de curta duração lá fora”, acrescenta Rosário Rocha, que realizou um curso de uma semana na Suécia, o que lhe permitiu conhecer e discutir com pessoas de contextos diferentes;
  • Através das conexões entre alunos e entre estes e os professores podem surgir várias oportunidades. “Acho que todos temos a ganhar com esta globalização”, reforça a estudante;
  • A unificação da informação é essencial para que esta não se perca, diz António Barros, explicando que, ao estudar em Milão, a instituição proporcionava aos alunos os acesso a todas as aulas - antecipadamente gravadas - assim como a apontamentos, tudo numa única plataforma;
  • Devido à velocidade com que a transição digital ocorre, há uma incerteza por parte das instituições em relação às competências que mais serão necessárias no futuro, mas há algumas que parecem mais evidentes e às quais não se poderá fugir: questões de sutentabilidade (ecológica e social), de tecnologia ou digitais e de empreendedorismo;
  • A globalização também facilita muito a ida dos estudantes para fora que integram os mercados estrangeiros, nos quais são substancialmente melhor remunerados do que em Portugal;
  • “Não acho que falte competência em Portugal, falta sim alguém que acredite em nós e nossos projetos”, refere António Barros;

V Encontro Internacional de Reitores Universia

Em 2023, o Expresso associa-se ao Santander para amplificar o V Encontro Internacional de Reitores Universia, que terá debates em torno de três eixos principais: aprendizagem ao longo da vida ou aprendizagem contínua; promoção do empreendedorismo e da inovação; redes e interconexão entre as universidades.