Requalificar? É agora ou nunca. Dar mais competências aos trabalhadores num contexto de profunda transformação digital, económica e ambiental deve ser a prioridade das políticas públicas para que o país não perca o comboio e fique para trás na luta pelas novas oportunidades económicas que estão a surgir com o empurrão decisivo da pandemia. A covid-19 contribuiu para "acelerar, e muito, o processo de adoção de tecnologias digitais por toda a sociedade, desde os consumidores e os cidadãos, até às empresas e à administração pública", explica o administrador do INESC TEC, José Carlos Caldeira. Trata-se de uma realidade que "obriga a um esforço de requalificação enorme, quer das pessoas como consumidores/utilizadores de sistemas e serviços, quer como trabalhadores/colaboradores ou responsáveis das empresas e organizações que os providenciam".
José Carlos Caldeira adverte mesmo que "a requalificação para a digitalização não se restringe a ensinar a utilizar computadores ou como operar as plataformas para reuniões remotas" e passa também por "preparar as pessoas para o desenvolvimento e adoção de novos processos e modelos de negócio". Algo que será um dos pontos principais de debate na conferência "Requalificar para o Futuro: Desafios da Digitalização, Ambientais e Sociais ", organizada pela Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) com o apoio do Expresso, e que terá transmissão em direto a partir das 15h desta quarta-feira, 19 de maio, no Facebook do Expresso.
Na opinião de Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP, "a questão da requalificação é decisiva" e deve ser assumida como um "desígnio estratégico para o país", com o intuito de promover o desenvolvimento de mais "empresas de valor acrescentado que possam concorrer nos segmentos de mercado mais exigentes". É essencial olhar para as "ferramentas digitais que permitem que a nossa economia seja mais competitiva e que os nossos trabalhadores tenham mais eficiência" e fazer com que a força de trabalho consiga dar as respostas adequadas.
"A requalificação dos nossos ativos não só vai contribuir para uma economia mais competitiva, como também será determinante em termos sociais porque vai impulsionar uma sociedade mais justa e menos desigual", aponta Rafael Campos Pereira
Os objetivos assumidos pelas associações empresariais e pelas entidades portuguesas e europeias vão nesse sentido, com a formação e a requalificação a receberem cada vez mais atenção como um elemento de diferenciação e melhoria das condições sociais e económicas. "É importante estimular bons comportamentos de aprendizagem numa sociedade que enfrenta o perigo de perder a curiosidade, face à profusão de informação disponível", lembra Manuel Grilo, diretor do Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica. Se é certo que "em Portugal tem-se assistido a um investimento relevante na adequação do modelo de oferta da formação dentro dos novos padrões pedagógicos", também é verdade que "o resultado desse impacto acaba quase sempre por permeabilizar apenas os aspetos formais da formação num trabalho de gabinete", o que se reflete numa "falta de estímulo e de esclarecimento que provoquem o pensamento crítico ao nível dos atores de formação". Ou seja, "cada vez será mais importante mudar as abordagens coletivas da formação, em série, para abordagens individualizadas".
60 %
de todos os adultos devem participar anualmente em ações de formação, de acordo com o Compromisso Social assinado recentemente pelos Estados-membros da União Europeia no Porto
Um conjunto alargado de desafios essenciais de requalificação para o ecossistema empresarial em discussão numa conferência que pode conhecer melhor a seguir.
"Requalificar para o Futuro: Desafios da Digitalização, Ambientais e Sociais"
O que é?
Com foco colocado nas questões da transição digital, ambiental e de transformação social que estão na ordem do dia, a conferência organizada pela AIMMAP com o apoio do Expresso vai explorar a importância da requalificação profissional e perceber o que está a ser feito para adequar as competências dos trabalhadores de todos os escalões profissionais para lidar com os novos desafios que já estão a aparecer
Quando, onde e a que horas?
Dia 19 de maio (quarta-feira), às 15h, no palco digital do Facebook do Expresso
Quem vai estar presente?
- Aníbal Campos, presidente da Direção da AIMMAP
- João Correia Neves, secretário de Estado Adjunto e da Economia
- Manuel Grilo, Diretor do CENFIM
- Joaquin Almeida, administrador da Fundiven, S.A.
- José Carlos Caldeira, administrador do INESC-TEC
- Patricia Villas-Boas, People & Communication Director, Schmidt Light Metal Group
- Rafael Campos Pereira, vice Presidente Executivo da AIMMAP
- Miguel Cabrita, secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional
Porque é que este tema e este debate são centrais?
Porque as competências e inovação são cada vez mais inseparáveis, e a mãod e obra qualificada é reconhecida por todos os intervenientes como essencial para uma Europa globalmente competitiva na vanguarda da inovação e das transições digital e climática. Atualmente, mais de 70% das empresas europeias referem que a falta de competências dificulta o seu crescimento e competitividade, e só com uma força de trabalho qualificada e que dê resposta às novas realidades - digitais, ambientais e sociais - será possível uma recuperação europeia rápida e inclusiva assegurando boas perspetivas de emprego e garantindo maior coesão social.
Como posso assistir?
Simples, é clicar AQUI