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“Combate à extrema-direita não será eficaz se for reduzido a um partido ou campo político”: BE explica convite a Santos Silva

Augusto Santos Silva é um dos convidados da rentrée bloquista para falar sobre extrema-direita. O BE justifica o convite lançado ao crítico da ‘geringonça’ com a necessidade de “contributos” de todos os espetros políticos para fazer frente a forças anti-democráticas

José Fernandes

As reticências de Augusto Santos Silva quanto à gerigonça e a defesa da manutenção da “autonomia do PS” são públicas. Ainda assim, essas posições não impediram o Bloco de Esquerda de convidar o socialista para ir falar sobre extrema-direita ao Fórum Socialismo, o evento que marca a rentrée bloquista. Com o Bloco a lutar por uma nova frente de esquerda para as autárquicas, o partido sacode qualquer constrangimento com a presença de Santos Silva e justifica o convite com o conhecimento do socialista sobre extrema-direita e a necessidade de juntar esforços contra estas forças anti-democráticas.

“O próprio [Santos Silva] disse que se iria dedicar ao estudo da extrema-direita [após falhar a eleição para o Parlamento]. Tivemos muitas discordâncias no passado, mas o Forúm Socialismo serve para termos espaços de debate amplos com pessoas que possam trazer conhecimentos sobre os temas”, explicou ao Expresso Adriano Campos, dirigente do Bloco e um dos responsáveis pelo alinhamento da rentrée que decorre de 30 de agosto a 1 de setembro, em Braga. Além disso, o bloquista garantiu que o nome do socialista surgiu em função do tema da sessão - o combate à extrema-direita - e não o contrário.

Durante o seu mandato como presidente da Assembleia da República, Santos Silva adotou uma posição de combate aos comportamentos da bancada do Chega e repreendeu diretamente, e por várias vezes, André Ventura e os restantes deputados do partido de direita radical. Agora, já fora do Parlamento, Santos Silva regressou à posição de professor na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.