A culpa talvez tenha sido do frigorífico, ali sempre à mão. Ou do copo de vinho, que antes tomava ao fim de semana e passou a acompanhá-la diariamente, até no sofá. Ou ainda do pão encomendado na padaria lá da rua. “Pensando bem, acho que substitui a companhia das pessoas por comida”, confessa Sílvia Pedrosa, 46 anos, diretora das operações dos escritórios da Farfetch em Portugal. “Sempre estive habituada a estar rodeada de pessoas e, de repente, fiquei sozinha. Com a pandemia, a vida passou a ser bem mais sedentária. Antes andava de escritório em escritório, de reunião em reunião, e tudo passou a acontecer à frente de um ecrã. Nem precisava de me levantar para passar à reunião seguinte.”
Com o fecho dos ginásios, não encontrou motivação para fazer exercício em casa. Os fins de semana, que eram passados a dançar e a passear com os amigos, foram substituídos for serões “à volta de ecrãs, comida e bebida. A receita perfeita para o desastre”. Em poucos meses, passou de 65 para 81 quilos. “Até dói admitir onde cheguei”.