É tema recorrente de debate por más razões, mas a verdade é que é um dos aspetos positivos do Serviço Nacional de Saúde: os seus profissionais. Nos últimos sete anos, é factual que têm sido sempre mais os médicos especialistas. Aumentaram de 17.103 para 21.338 em maio passado e o mesmo reforço, embora menos expressivo, verifica-se entre os internos em formação. O problema é que, mesmo assim, não chegam.
A pior ferida do SNS é o número de utentes sem médico de família e continua por sarar. Atingiu valores inéditos em 2022 e este ano ainda piorou. Em junho eram quase 1,6 milhões de pessoas ‘a descoberto’, ainda assim uma melhoria face a maio, com 1.750 mil utentes desprotegidos. A assistência também tem sido menor, mesmo entre a população com clínico assistente.
As consultas presenciais nos cuidados primários foram perto de nove milhões anualmente entre 2016 e até acima em 2019. A pandemia travou o ritmo e a recuperação continua por fazer. Só os hospitais conseguiram ganhar balanço e somar mais de 17 milhões de atos, o valor mais elevado dos últimos sete anos.