Dos 19 concelhos onde o Chega elegeu vereadores nas eleições autárquicas de domingo, o partido poderá, em teoria, ser chamado a desempatar em cinco deles. No Entroncamento, na Moita, em Moura, em Santarém e em Sesimbra, os dois partidos mais votados estão empatados em número de mandatos, sendo que matematicamente o partido de André Ventura pode servir para desatar o nó da governação autárquica. O caso mais plausível destes cinco é Santarém, onde Ricardo Gonçalves (PSD) foi reeleito presidente da Câmara (com 37,42% e quatro mandatos), mas perdeu a maioria absoluta. Com igual número de mandatos, a candidatura socialista de Manuel Afonso arrecadou 33,26% dos votos. Na capital do gótico, o Chega elegeu um vereador, Pedro Frazão, e mereceu a confiança de 7,93% dos votantes. Nos restantes quatro casos em que o primeiro e o segundo partidos ficaram empatados em número de mandatos, eventuais entendimentos com o Chega afiguram-se mais improváveis (ou mesmo impossíveis), uma vez que os presidentes eleitos são da CDU (Sesimbra) ou do PS (Entroncamento, Moita e Moura).
Exclusivo
Os nós autárquicos que o Chega pode desatar. Em Santarém, o mais plausível, o PSD antevê apenas “acordos pontuais”
Apesar de constituírem um número dilatado, os 19 vereadores que o Chega elegeu nas eleições de domingo dirão mais da implantação do partido a nível nacional do que do futuro da governação nas autarquias onde o partido conseguiu eleger. Na capital do gótico, o Chega pede “contas mais transparentes” ao PSD para lhe dar a mão. Mas a distrital social-democrata não vislumbra uma coligação, antes “uma gestão de dia a dia”