Autárquicas 2021

Viragem em Lisboa, maioria incerta no Porto e vantagens não previstas em mais concelhos. Que sondagens erraram?

Na campanha, a sondagem que dava Moedas mais perto punha-o a sete pontos de Medina. Este domingo, o socia-democrata virou a câmara e fez a surpresa da noite. As quatro sondagens à boca das urnas acertaram com os resultados, mas mostraram em quatro concelhos diferenças grandes face às pré-eleitorais. Veja aqui as diferenças

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

As sondagens à boca das urnas dos quatro canais foram, desta vez, coincidentes: Lisboa com um empate técnico, um cenário que nenhuma sondagem pré-eleitoral fazia prever: o melhor resultado que Moedas conseguiu na campanha foi uma derrota por sete pontos. No fim da noite eleitoral, acabaria por ganhar por uma unha negra - numa vitória histórica.

Os socialistas perderam Coimbra, também de forma estrondosa e surpreendente: as sondagens pré-eleitorais davam empate técnico, mas as sondagens à boca das urnas já davam uma maioria ao candidato do PSD, que se confirmou na contagem de votos.

Mesmo assim, o PS respira fundo na Amadora e Almada, reforçando nos dois concelhos os resultados de há quatro anos. No caso de Almada, as sondagens pré-eleitorais também faziam prever uma disputa renhida, mas Inês de Medeiros distanciou-se muito da CDU e quase chegou à maioria. No caso da Amadora, as sondagens bateram certo - todas davam grande vantagem ao PS face ao PSD de Suzana Garcia.

Quanto à Figueira, também houve acerto: Santana recupera a câmara por enorme vantagem.

No Porto, ainda pode ou não haver surpresa face às sondagens anteriores: esta noite Moreira ainda não têm garantida uma maioria, que até aqui parecia certa e segura.

Começando pela sondagem da SIC

Em Lisboa, empate técnico, com uma diferença de apenas um ponto entre Fernando Medina (entre 31,3% e 36,3%) e Carlos Moedas (entre 30,2% e 35,2%), ambos com um mínimo de seis mandatos e um máximo de oito. A sondagem dava entre 10,4% e 13,4% à CDU (2-3 mandatos), entre 5,7% e 8,7% ao Bloco de Esquerda (1-2 mandatos), entre 3,2% e 6,2% à Iniciativa Liberal (0-1 mandato), entre 2,4% e 5,4% ao Chega (0-1 mandato), entre 1,8% e 3,8% ao PAN.

Já no Porto, a sondagem deu larga vantagem a Rui Moreira, mas que pode ser sem maioria com uma percentagem de votos entre 39,2% e 44,2% (5-7 mandatos); seguido pelo PS (entre 16,5% e 20,5%) com 2-4 mandatos e pelo PSD (entre 15,1% e 19,1%). A CDU no Porto ficava entre 5,6% e 8,6% (1-2 mandatos), o Bloco de Esquerda entre os 4,9% e 7,9% (1-2 mandatos), PAN (entre 2% e 4%) e Chega (entre 1,5% e 3,5%).

Em Coimbra, a SIC previa vitória folgada da coligação de direita, com Manuel Machado (do PS) a perder a presidência da Câmara: Assim, o Juntos Somos Coimbra (liderada pelo PSD) estaria entre 43,6% e 47%. E o PS entre 28,9 e 32,9%.
O terceiro lugar previa-se disputado entre CDU (entre 6,2 e 9,2%) e Bloco (entre 5,2 e 8,2%). O Chega só chegaria no máximo aos 3,3% e a IL aos 3%.

Quanto a Almada, o PS segura a câmara e deixa o PCP bem longe: Inês de Medeiros deve manter-se presidente da autarquia, com resultado entre 38,3% e 42,3% (perto da maioria), a CDU baixaria, diziam as sondagens para 28,3% a 32,3%. Acertaram.
A coligação PSD/CDS ficava muito longe, entre 9% e 12%. E o Bloco também longe, com 5,4% e 8,4%.

Católica/RTP: Amadora para o PS, Santava vence de novo

A Projeção da Universidade Católica para a RTP também dava empate técnico entre Carlos Moedas (36 a 32%) e Fernando Medina (35 a 31%). No Porto a projeção apontava para nova vitória de Rui Moreira (44 a 39%), em Coimbra de vence o PSD - José Manuel Silva (47 a 52%) - e na Figueira da Foz a vitória seria de Santana Lopes (41 a 46%), enquanto Inês de Medeiros vence em Almada (45 a 40). Na Amadora (46 a 42), o PS vence e reforça os números comparativamente às eleições de 2017. Suzana Garcia, do PSD, ficaria entre 27 a 22%.

Pitagórica/TVI: Maior vantagem de Medina, mesmo assim curta

A sondagem da Pitagórica para a TVI atribuía entre 38,6% e 32,6% dos votos a Fernando Medina (PS) para a Câmara de Lisboa. O seu principal adversário, Carlos Moedas (PSD), é aqui creditado com um resultado entre os 35,3% e os 29,3% dos votos - uma diferença que poderia chegar aos três pontos, mas que - nos intervalos - ainda permitia vitória de Moedas - que se confirmou. Igual à da SIC é a projeção de João Ferreira (CDU) em terceiro lugar, com uma votação entre os 12,6% e os 6,6%.

Já na cidade do Porto, o favorito Rui Moreira (independente) deverá obter, também segundo esta sondagem, entre 45,2% e 39,2%. De novo, sem garantia de maioria (o que seria uma perda face ao atual mandato).

O candidato independente é seguido, ao longe, por Tiago Barbosa Ribeiro (PS) com um resultado entre 19,7% e 13,7% dos votos. O social-democrata Vladimiro Feliz deverá obter entre 18,2% e 12,2%. A disputa pelo terceiro lugar permanece, também nesta sondagem, em aberto.

CMTV: Machado pode ser terceiro

Lisboa é mesmo empate. Medina entre 32% e 36,4%, Moedas varia entre 31,2% e 35,6%. A CDU ficará em terceiro, entre 10,1 e 13,2%. O Bloco será quarto (5,5% e 8,5%). A Iniciativa Liberal terá entre 2,9% e 5,9%. Não há aqui previsões para Chega.

Porto: Moreira varia entre 40,1% e 44,9%, PS (15,5% e 19,5%), PSD (14,9% e 19,9%) e em quarto CDU (5,4% e 9%), acima do Bloco.

Em Almada, tudo coincide: PS reforça maioria, de 36% a 40,4%, deixando a CDU com uma votação que irá de 29,1% a 33,5%. Já o PSD estará entre 9,2% e 12,8%. E o Bloco fica com apenas 5,3% a 8,9%.

Na Amadora, Suzana Garcia perde (entre 21,9 a 25,9%). O PS segura e reforça com 42,1% a 46,9%. Em terceiro fica a CDU (8,1% a 11,2), em quarto o Bloco (4,6% a 7,6%).

Na Figueira da Foz, Santana Lopes ganha a câmara - entre 39,7 a 44,5% que lhe podem entregar a maioria. O PS será segundo (36,1% a 40,5%). O PSD fica-se entre 8,6% e 12,2%. A CDU entre 0,9 e 3,9.

Coimbra. PSD ganha (42,6% e 47,4%(. PS entre 28,2% e 32,6%, mesmo a par do movimento independente apoiado pelo Bloco. A CDU fica entre 5,8% e 9,4%.