Num dia em que Carlos Moedas andou quase sozinho na rua em ações sem aparato, Fernando Medina encheu a Aula Magna da reitoria com socialistas e alguns militantes do Livre para o seu único comício de campanha. Era one shot, não havia margem para o PS falhar na demonstração do poder que tem em Lisboa. À saída, o Expresso viu três autocarros cheios de gente, sobretudo idosos, mas o partido da câmara conseguiu uma moldura humana suficientemente participativa para passar na prova da mobilização da máquina. Embora o número de bandeiras e apoiantes a desfilar nas ruas não queira dizer nada quanto às intenções de voto - Moedas já teve mais gente numa arruada em Alvalade do que Medina -, estas manifestações mostram a energia e a união dos partidos. Esta segunda-feira viu-se um PS na máxima força, furos acima da mobilização máxima do PSD na semana passada no comício com Carlos Moedas no arranque da campanha. Faltam sete dias para as eleições.

Sem parecer, as agendas e argumentos trocados esta segunda-feira encaixaram como num debate. O social-democrata visitou o centro social de Arroios pela manhã, na companhia da médica e ex-deputada do CDS Isabel Galriça Neto, para sublinhar o seu projeto de criar uma rede de cuidadores informais. E à tarde fez uma ação na Avenida da Liberdade que classificou como “de awarness” uma espécie de alerta para as dificuldades que os deficientes motores encontram em Lisboa, em coisas tão simples como subir um passeio ou entrar numa loja. Moedas prometeu uma freguesia-piloto que melhorasse acessos a lojas, a passeios ou passadeiras para pessoas em cadeiras de rodas. À mesma hora, Fernando Medina visitava uma das cinco creches que a câmara está a construir com o objetivo de ter creches gratuitas, uma das principais propostas da candidatura socialista.