Transportes

Troço Porto-Oiã de alta velocidade ferroviária com financiamento de 875 milhões de euros do BEI

Governo refere que o financiamento representa o maior contrato individual assinado no âmbito do InvestEU

Gustave Deghilage/Getty Images
O troço Porto-Oiã da linha de alta velocidade ferroviária teve um financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI) de 875 milhões de euros, anunciou hoje o Governo, assinalando que representa o maior contrato individual assinado no âmbito do InvestEU.

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação deu conta deste financiamento 'recorde' para apoio à construção daquele troço.

O contrato da denominada PPP1 (parceria público-privada) da fase 1 da ligação Porto-Lisboa, com data prevista para 2030, foi hoje assinado entre o Governo, a Infraestruturas de Portugal (IP) e a empresa Avan Norte -- Gestão da Ferrovia de Alta Velocidade, constituída pelo consórcio LusoLAV, nas instalações da IP, em Almada, distrito de Setúbal.

Na cerimónia de assinatura do contrato de concessão, e também do contrato para o financiamento do BEI, o presidente da IP, Miguel Cruz, considerou o dia de hoje histórico, por marcar o arranque do investimento da alta velocidade no país, dando-se início "à transformação essencial no transporte ferroviário", que vai permitir "estimular a competitividade da economia portuguesa e abrir novas oportunidades para o desenvolvimento económico regional e nacional".

Já o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, detalhou que entre a assinatura do contrato de concessão da PPP1 até ao início da operação vão decorrer cerca de 60 meses, para concretização de projetos, expropriações, construção e testes.

Carlos Fernandes agradece às seis empresas portugueses que compõem o consórcio LusoLAV - Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto -- por "acreditarem no país" e terem avançado com uma candidatura que envolve "quase 2.000 milhões de euros de financiamento privado da concessionária".

O responsável agradeceu também ao antigo ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, pela "coragem" de falar em alta velocidade em Portugal. "É graças a ele, a esse impulso que ele nos deu que estamos aqui hoje", salientou Carlos Fernandes, que agradeceu também ao atual Governo pelo "empenho e apoio".

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, salientou o "enorme consenso nacional" que existe em torno deste projeto ferroviário.

"Da nossa parte, este consenso é para durar, não pode ser de outra forma para concretizarmos o sonho de termos um país mais próximo, mais coeso", garantiu o governante.

Da parte da empresa Avan Norte, Carlos Mota Santos assegurou que o consórcio agora transformado em concessionária estará "fortemente empenhado para que o contributo das empresas portuguesas não termine em Oiã".