Os bancos nacionais decidiram manter Madalena Cascais Tomé à frente da dona do Multibanco para os próximos três anos. É o quarto mandato consecutivo, depois de ter entrado em funções em 2015, quando saiu da Portugal Telecom. Continua no cargo depois da condenação da Autoridade da Concorrência que a SIBS está a contestar em tribunal.
O anúncio da eleição dos órgãos sociais foi feito via comunicado às redações esta terça-feira, 28 de maio, um dia depois da reunião da assembleia-geral que reúne os grandes bancos: a Caixa Geral de Depósitos e o BCP são os principais acionistas, com 22% cada um, seguidos do Santander e do BPI, com posições em torno de 15%, sendo que o restante capital está disperso por outros bancos nacionais.
No novo mandato, Madalena Cascais Tomé terá quatro colegas na Comissão Executiva, que já conta com o responsável financeiro, Hélder Neves, e o tecnológico, Ricardo Madeira, ambos na empresa há mais de 8 anos. A eles juntam-se dois outros administradores: Teresa Mesquita e Rui Mendonça Lima.
Há duas décadas na SIBS, incluindo como diretora de marketing e produto, Teresa Mesquita integra o grupo de trabalho do Banco Central Europeu para discutir o euro digital. Já Rui Mendonça Lima, que já trabalhou na CGD, estava na tecnológica financeira Finsolutia, sendo que a SIBS indica, no comunicado, que nessa fintech estava responsável pelo projeto de internacionalização.
Internacional e nos tribunais
Também a SIBS nos mandatos de Madalena Cascais Tomé tem optado pela internacionalização (citada no comunicado, a CEO fala na vontade de destaque “à escala global”, e de a SIBS ser uma “player de referência europeu”). A escala é fulcral para uma empresa de pagamentos, segundo o entendimento da gestão da empresa que entrou há anos na Polónia e Roménia e que vê a expansão europeia como um objetivo - e até o serviço MB Way também tem acordo para ser usado em países como Espanha e Itália.
Além da estratégia de crescimento, a dona do Multibanco e do MB Way vê-se a braços com a recente condenação da Autoridade da Concorrência num processo por abuso de posição dominante, que culminou com uma coima de 13,9 milhões de euros. A SIBS contesta e levou o caso ao Tribunal da Concorrência, em Santarém, cujo desfecho poderá ainda ser desafiado. Apesar deste processo, que se desenvolveu devido a queixas de dificuldades de entrada no mercado por parte de empresas financeiras, a gestão viu a confiança ser mantida.
Além da CEO, também o presidente da administração se mantém: “A Assembleia-Geral renomeou ainda Vítor Fernandes, cumprindo agora este o seu segundo mandato como Presidente não executivo (Chairman) do Conselho de Administração da SIBS”, indica a nota às redações. Vítor Fernandes foi administrador da CGD e Novo Banco.
As contas da SIBS relativas a 2023 ainda não foram publicadas.