Sistema financeiro

Banca aumenta rentabilidade e capital e melhora eficiência em 2023

Em 2023 o negócio bancário engordou. Os lucros aumentaram devido às receitas com juros e com isso a rentabilidade cresceu, o capital saiu reforçado e o rácio de eficiência também apresentou uma melhoria, atesta o Banco de Portugal

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A rentabilidade da banca “continuou a sua trajetória de crescimento com a rentabilidade dos capitais próprios (ROE) a situar-se em termos anuais nos 14,8%”, mais 6,14 ponto percentuais do que em 2022, avança o Banco de Portugal na sua análise trimestre sobre o sistema bancário português.

Um crescimento que traduziu o aumento da margem financeira (diferença entre os juros pagos pelos clientes e os juros pagos pela banca) devido ao aumento das taxas de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação.

A rentabilidade do ativo (ROA) também melhorou, situando em 1,28% (mais 0,59 pontos percentuais).

Apesar de ligeiro, o custo do risco de crédito aumentou 0,16 pontos percentuais para 0,45%, devido ao reforço de imparidades para crédito por parte dos bancos.

Na nota do supervisor liderado por Mário Centeno, ao conjunto dos bancos, é também dito que o cost-to-income (divisão das despesas operacionais pelas receitas operacionais para com isso se obter o custo benefício) melhorou, diminuindo 13,7% face a 2022 e situando-se em 36,9%. Para isso contribuiu o aumento do produto bancário, o qual decorreu da melhoria da margem financeira.

A qualidade dos ativos, segundo a nota do Banco de Portugal, esta quarta-feira divulgada, também melhorou. O rácio de crédito malparado (NPL) caiu 0,2 pontos percentuais para 2,7%, uma evolução que reflete não só “a redução de NPL” mas também “o aumento dos empréstimos produtivos (sem riscos)”.

Neste enquadramento, o rácio de malparado bruto das empresas situou-se nos 5% (menos 0,8 pontos percentuais), o que decorreu da redução de malparado. Já no segmento dos particulares o rácio de malparado bruto manteve-se nos 2,4%.

Em termos de capital, tanto o rácio de fundos próprios totais, como o rácio de fundos próprios principais de nível 1(CET1) aumentaram 0,7% para 19,6% e 17,1% respetivamente.

O ponderador médio de risco também melhorou, ao diminuir 0,6 pontos percentuais para 42,7%, devido à importância das componentes de menor risco no ativo.