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Sistema financeiro

BCP admite dividendos pelo segundo ano consecutivo, mas valor será tímido

Banco abre a porta a pagar dividendos pelo segundo ano seguido, o que é inédito na última década

Miguel Maya, presidente do BCP.
Tiago Miranda

Não houve ainda um compromisso assumido, mas também não se fecharam portas: a gestão do BCP apontou ao pagamento de dividendos — ainda que com cautela. Concretizando-se, fá-lo-á pelo segundo ano consecutivo. Não havia “dobradinha” nesta remuneração aos acionistas desde 2010, já que pelo meio houve uma crise no banco e no país, e uma pandemia. Porém, a existir, o valor será sempre tímido, e muito inferior à proporção de resultados que era distribuída na primeira década do século, já que o banco, apesar de mais capitalizado, tem ainda um baixo retorno aos acio­nistas pelo capital que ali têm aplicado.

É neste ambiente misto que Miguel Maya continua a ser cauteloso na hora de distribuir dividendos, pelo que, a acontecerem, serão sempre inferiores aos dos concorrentes mais diretos (CGD, Santander e BPI). Haverá “prudência”, prometeu o líder do banco na conferência em que anunciou o crescimento de 50% dos lucros em 2022, para €208 milhões.