A Corticeira Amorim vendeu menos, mas lucrou mais no primeiro semestre do ano. Entre janeiro e junho, as vendas da empresa somaram 593,3 milhões de euros, menos 1,1% que no mesmo período do ano passado, ressentindo-se do “impacto desfavorável” da evolução cambial, devido à desvalorização do dólar. Os lucros, no entanto, aumentaram 8%, para os 51,4 milhões de euros, anunciou a empresa em comunicado divulgado esta quinta-feira na CMVM - Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
O Ebitda consolidado ascendeu a 103,8 milhões (+ 5,8%), “refletindo, em grande medida, as poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de energia, que mais que compensaram os maiores preços de consumo de cortiça e o aumento dos custos com pessoal”, diz a empresa liderada por António Rios Amorim. O rácio Ebitda/Vendas subiu para 19,2% (18% nos primeiros seis meses do ano passado).
No final de junho, a dívida remunerada líquida totalizava 187 milhões de euros (+ 58 milhões face ao final de 2022), devido a fatores como o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (79 milhões), o aumento do investimento em ativo fixo (46 milhões) e o pagamento de dividendos (27 milhões).
“Todas as unidades de negócio apresentaram desempenhos positivos em termos de vendas, com exceção das UN Aglomerados Compósitos (-5,8%) e Revestimentos (-35,9%)”, refere o comunicado. No caso das rolhas que representam 77% das vendas consolidadas, a administração da corticeira refere um “crescimento robusto de 5,4%”, puxado pela “melhoria de mix de produto e subida de preços”.
Na unidade de negócios rolhas, o Ebitda cresceu 18,6% para 91 milhões de euros, e o rácio Ebitda/Vendas atingiu os 21,5% (19,1% um ano anos) “refletindo um mix de produto mais favorável, menores preços de energia e maiores rendimentos de trituração”, sublinha a empresa. As vendas e o Ebitdas das unidades Matérias-Primas e Rolhas totalizaram 430,6 M€ e 96,6 M€, respetivamente; o rácio Ebitda/Vendas combinado destas duas áreas de negócio foi de 22,4% (21,3% em 2022).
Na Unidade de Negócios Revestimentos, “o desempenho continuou a ser condicionado pelo contexto adverso que está a afetar o sector da construção, reflexo de uma forte desaceleração da atividade, particularmente nos segmentos de retalho e residencial”, com as vendas a totalizaram 49,6 milhões de euros (-35,9% face ao período homólogo).
Nos Aglomerados Compósitos, as vendas somaram 58,2 M€ (-5,8%), “penalizadas por menores níveis de atividade, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado”, precisa a corticeira. Já os Isolamentos apresentaram “a evolução mais favorável das vendas no período em análise, tendo estas subido para 9,9 milhões de euros (+23,4%), a refletir “a melhoria do mix de produto e o aumento de preços” sublinha a empresa apesar de o Ebitda ter sido “penalizado pela subida do preço de consumo de cortiça”, única matéria-prima utilizada nesta unidade, e por maiores custos operacionais, caindo para – 0,6 milhões de euros contra 1,1 milhões de euros um ano antes