A faturação da Century 21 Portugal teve um crescimento de 18% nos primeiros quatro meses deste ano, para 31 milhões de euros, face a igual período do ano anterior, anunciou a consultora imobiliária esta sexta-feira.
Em comunicado, a Century 21 refere que "estes indicadores positivos contrariam as perspetivas iniciais de resistência nas transações imobiliárias no arranque do ano", confirmando o otimismo que se viveu até abril deste ano, com a economia portuguesa e o mercado imobiliário a darem uma "boa resposta".
"O mercado de emprego dinâmico, a perspetiva de descida das taxas de juro e a procura internacional estável estão a dar confiança ao mercado, registando-se já, por exemplo, um aumento superior a 4% no número de transações residenciais nos primeiros três meses do ano em Portugal e 6% na rede Century 21", em termos homólogos, acrescenta.
O presidente-executivo da Century21 Portugal, Ricardo Sousa, afirma que estas condições favoráveis sugerem que "o mercado habitacional em 2024 poderá superar as expectativas iniciais, mostrando um crescimento sustentável ao longo do ano".
O crescimento da faturação foi acompanhado por uma ligeira subida de 2% do volume de vendas em que a rede esteve envolvida, agora nos 1.123 milhões de euros, em linha com o total de transações de vendas da Century 21 Portugal (5.896 imóveis), que assinala desta forma uma subida de 6% em termos homólogos.
No mesmo período, registou um aumento de 10% do total de arrendamentos, para 1.705 contra os 1.555 registados no primeiro quadrimestre de 2023.
Já o preço médio de venda de imóveis caiu 4% até abril deste ano, face a idêntico período do ano passado, situando-se em 190.592 euros.
"Estes números demonstram que a elasticidade da procura nacional chegou ao seu limite e que o poder de compra está a limitar as escolhas dos portugueses, que optam por casas menores, nas zonas periféricas do centro e nas zonas suburbanas", salienta o gestor.
Quanto às políticas habitacionais recentemente propostas pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, a Century 21 Portugal considera que merecem uma "análise meticulosa" para assegurar que a sua implementação "reforce efetivamente" os pilares de sustentabilidade, evolução demográfica e justiça social.
Embora reconheça que é "ainda precipitado tirar conclusões até que todas as medidas sejam conhecidas em detalhe", a empresa imobiliária mostra-se preocupada com "a falta de horizonte temporal para implementação de algumas medidas", nomeadamente a aplicação do IVA a 6% na construção nova, bem como a aprovação do novo código de construção, que "pode provocar uma suspensão de início de novos projetos que ficam à espera de 'luz verde' para avançar".