Para os investidores em ações, os movimentos de subida e descida das cotações não são os únicos elementos determinantes para o retorno dos investimentos. Os dividendos pagos pelas empresas aos acionistas podem ser dinheiro fresco na carteira dos "donos" das companhias, uma recuperação do investimento realizado que pode ser mais rápido ou mais lento conforme a taxa de dividendo alcançada.
Entre os principais índices mundiais de ações e em Portugal, algumas empresas têm sido autênticas máquinas de remunerar os acionistas. É o caso da britânica Man Group, que oferece soluções de investimento alternativas e que está atualmente com uma taxa de dividendo (dividendo de 12 meses face à cotação atual da empresa) de 14,39%, um indicador normalmente revelador de ações baratas no mercado.
Mas ter retornos do investimento elevados não chega. A história de dividendos e os perigos de corte dos retornos aos acionistas devem entrar na equação quando os investidores procuram bons pagadores de dividendos. No primeiro caso interessa perceber se a empresa tem uma cultura enraizada de distribuir dividendos consistentemente e se os tem feito crescer durante o período de vida do negócio, enquanto o segundo caso pode estar dependente do desempenho da empresa. O caso da petrolífera BP é paradigmático já que, apesar do crescimento dos dividendos nos últimos cinco anos, o desastre ambiental no Golfo do México levou ao cancelamento do programado dividendo a pagar em junho deste ano.
Bons pagadores
Entre os principais índices nacionais dos mercados mais acessíveis aos investidores portugueses (desde o índice PSI-20 até ao mais antigo índice estado-unidense Dow Jones Industrial Average), algumas empresas destacam-se pelo dinheiro pago face ao preço das ações e pela subida nos últimos anos de crise dos dividendos.
A Man Group, belga Mobistar e a espanhola que controla a praça financeira de Madrid Bolsas y Mercados lideram as ações que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses face à sua cotação na bolsa, além de terem feito subir o pagamento nos últimos três anos de dificuldades financeiras a nível planetário.
A portuguesa Portugal Telecom surge entre a lista de europeias mais generosas com os investidores à procura de bons dividendos, depois de ter feito subir os dividendos mais de 10% nos últimos cinco anos.