Bolsa e Mercados

Teixeira Duarte regressa à negociação no principal índice da bolsa portuguesa

"Depois de anos desafiantes com transformações profundas, o grupo regressou à rentabilidade, reforçou a margem operacional e expandiu a carteira de encomendas", sublinha o presidente da administração da construtora Teixeira Duarte

Horacio Villalobos/Getty Images

A Teixeira Duarte volta esta segunda-feira a ser negociada no PSI, o principal índice da bolsa de Lisboa, considerando o presidente do Conselho de Administração da empresa que este regresso marca a recuperação do grupo após "anos desafiantes".

Em resposta, por escrito, à agência Lusa, Manuel Maria Teixeira Duarte disse que foi com "enorme orgulho e sentido de responsabilidade" que foi recebida a notícia do regresso da empresa ao PSI, que assim passará a contar com 16 empresas.

"Depois de anos desafiantes com transformações profundas, o grupo regressou à rentabilidade, reforçou a margem operacional e expandiu a carteira de encomendas", adiantou.

De acordo com o gestor, "para tal terá contribuído a consolidação de medidas de reorganização e otimização de recursos que resultaram numa maior eficiência das operações, numa melhoria das margens e numa maior capacidade de execução de projetos complexos tanto no mercado interno como externo", apontando ainda "o recente acordo realizado com a banca" que "foi muito importante para a estabilidade financeira do grupo e um sinal claro do reconhecimento do valor da Teixeira Duarte no setor e na economia nacional".

"Estar entre as maiores e mais líquidas empresas cotadas em Portugal é, sem dúvida, um sinal da atratividade do grupo Teixeira Duarte junto dos mercados e uma motivação adicional", sustentou.

Para Manuel Maria Teixeira Duarte, o regresso ao principal índice da bolsa portuguesa representa o "reconhecimento do trabalho consistente", bem como da "solidez" dos resultados e da "confiança que os investidores depositam" na visão estratégica da empresa.

O grupo refinanciou 654,4 milhões de euros de dívida bancária junto do BCP, CGD e Novo Banco, com alongamento da respetiva maturidade e redução do custo de financiamento, anunciou em março.

Durante os primeiros seis meses do ano, as ações da Teixeira Duarte valorizaram 291,14%, passando de 0,079 euros em 31 de dezembro de 2024, para 0,309 euros em 30 de junho de 2025. "Nestes últimos dias chegaram a atingir os 0,58 euros", destacou.

A Teixeira Duarte conta atualmente com mais de 175 empresas e cerca de 9500 pessoas a operar em 22 países e está, segundo a informação no seu 'site', presente em seis diferentes setores de atividade: construção, concessões e serviços, imobiliária, hotelaria, distribuição e automóvel.

A empresa foi fundada em 1921, por Ricardo Esquível Teixeira Duarte, e continua a ser controlada pela família.

A construtora passou por algumas dificuldades, nos últimos anos, agravadas por problemas nos mercados externos onde tinha uma presença importante, nomeadamente na Venezuela e Argélia.