Está ainda longe dos 147 dólares por barril atingidos no verão de 2008, mas o petróleo voltou a ultrapassar a barreira dos 80 dólares pelos cerca de 159 litros. A perspetiva de acalmia nos mercados bolsistas globais e as estimativas de quedas nos inventários de crude norte-americanos estão a puxar o "ouro negro" para cima.
Nos mercados financeiros, os contratos de futuros do crude referência WTI subiram já 11,55% (em euros) em 2010 e os preços atuais a rondar os 82 dólares são os mais altos desde Maio deste ano. Para os investidores que seguem o preço do petróleo são boas notícias. Os ETF (exchange-traded funds - fundos cotados que replicam o preço da matéria-prima) comercializados em Portugal têm gerado ganhos neste ano.
O United States Oil Fund, um ETF desenhado para seguir o movimento do preço do crude referência nos EUA, subiu mais de 10% em dólares (cerca de 5% em euros) nos últimos trinta dias, apesar de estar apenas a gerar ganhos ligeiros em 2010, com 1,07% de rendibilidade desde o início do ano. Mais positivo está o United States 12 Month Oil Fund que oferece aos investidores a exposição à media dos últimos 12 meses do valor dos contratos de futuros do petróleo WTI. Com retornos de 5,95% em 2010 e mais de 12% nos últimos 12 meses, os futuros deste ETF têm sido bons investimentos. Melhores que os do PowerShares DB Oil que, através de um índice acompanha o comportamento no preço do crude, gerou ganhos de 1,29% em 2010 e de 7,41% no último ano.
Retornos que são mais positivos por via do efeito da recuperação da moeda da Zona Euro e que podem continuar, se os preços médios indicados pelos analistas se concretizarem. O grupo de analistas de intermediários financeiros compilados pela agência Bloomberg apontam para cotações do crude WTI na casa dos 87,50 dólares por barril em 2011 e dos 96 dólares em 2012. Ainda assim, um dos efeitos que pode estar a contribuir para a subida das cotações do petróleo, a melhoria do mercado acionista dos últimos dias, pode desaparecer. "O recente fluxo de dados macroeconómicos indica que a atividade está a abrandar. Provavelmente vamos reverter alguns dos ganhos", revelou à Bloomberg Harry Tchilinguirian, analista de commodities do BNP Paribas.