Quem quiser poupar nas comissões do banco, tem um bom remédio: não ir ao banco. Pode parecer estranho, mas é este o convite que o homebanking faz aos clientes com este serviço prestado gratuitamente pelos bancos, basta ter um computador com ligação à internet para ter acesso aos serviços do banco e poupar até 240 euros por ano.
Em alguns casos, a comissão existente em um serviço prestado ao balcão simplesmente desaparece. As transferências entre contas do mesmo banco são um bom exemplo. Ao balcão, 11 dos 13 bancos estudados cobram comissão, mas através dos respectivos canais de homebanking, só 4 o fazem. Segundo o Millennium BCP, a diferença de preços entre os serviços ao balcão e através da internet deve-se ao facto do "canal online requerer menor envolvimento humano, o que o torna mais eficiente para o cliente e para o próprio banco". De uma forma simples é um negócio em que ambos os intervenientes ganham tempo e dinheiro.
Além de ser mais barato, é mais cómodo ir ao banco através da internet. Pode-se aceder à conta sentado no sofá lá de casa ou no trabalho e assim evitar perder tempo com deslocações. Além disso, na internet, os bancos estão abertos 24 horas, incluindo fins-de-semana e feriados, o que dá "liberdade e comodidade na relação entre as partes, em comparação com as operações solicitadas numa agência, uma vez que estas têm um horário mais rígido", explica o banco Bilbao Vizcaya e Argentaria (BBVA). Poupe centenas de euros Para que o leitor entenda os ganhos potenciais dos serviços online dos bancos comerciais, o dinheiro foi comparar os preços praticados pelas 13 maiores instituições ao balcão e na internet, nas transferências bancárias e requisição de cheques, duas das mais comuns operações bancárias. No Barclays, um cliente que faça duas transferências interbancárias (para outro banco) e uma requisição de 5 cheques por mês, pode poupar 120 euros por ano. A poupança é ainda maior para os clientes do Deutsche Bank. Apesar do banco alemão não permitir a requisição de cheques através do seu serviço online, um cliente que faça duas transferências interbancárias através deste canal poupa 240 euros por ano. Estes são os dois exemplos onde a diferença de custos entre os dois canais é maior. porém, é possível poupar em todas as instituições (ver tabela). Segurança acima de tudo Há, todavia, um factor a não descurar antes de entrar no lucrativo e cómodo mundo da banca online: a segurança. Neste campo, "a responsabilidade da protecção da informação terá de existir das duas partes", explica o BBVA. De vez em quando lá surge uma notícia de roubo de dados confidenciais, das senhas de acesso à conta bancária. O phishing, uma técnica que consiste no envio de um email falso ao cliente a solicitar os códigos de acesso à conta e outras informações pessoais, é o modo de roubo mais utilizado pelos hackers. Para combater este problema, os bancos, além de aconselharem a utilização cautelosa do serviço, investem em sistemas de segurança que impeçamos amigos do alheio de entrar nos sistemas. Segundo o Banco Espírito Santo, que renovou recentemente o seu site e instalou um sistema inovador de protecção, "são garantidos os mais adequados mecanismos de protecção e fazem-se auditorias por especialistas em intrusão, de forma a garantir a permanente actualização (da segurança do site)". Nem podia ser de outra maneira. Para os bancos, uma falha de segurança representa a morte da relação de confiança como cliente. Logo, todos os bancos têm interesse em investir na segurança dos seus sistemas de homebanking.
Texto publicado na edição do Expresso de 20 de Março de 2010