As ações da construtora chinesa Evergrande caíram 78%, após voltarem a negociar na Bolsa de Valores de Hong Kong, ao fim de 17 meses de suspensão.
A cotação de cada título encerrou nos 0,35 dólares de Hong Kong (0,04 euros), no fecho da sessão desta segunda-feira, 28 de agosto.
A Evergrande, que já tinha perdido mais de 90% do seu valor de mercado quando suspendeu a negociação das suas ações, em março do ano passado, poderia ter sido excluída da bolsa, caso a suspensão das negociações superasse os 18 meses.
No último dia de negociações anterior à suspensão, as ações da empresa fixaram-se em 1,65 dólar de Hong Kong (0,19 euro), longe do pico de 31,55 dólares de Hong Kong (3,72 euros), registado em outubro de 2017.
A evolução registada na sessão de hoje deixa aquela que foi outrora a maior construtora da China com uma capitalização de mercado de cerca de 4620 milhões de dólares de Hong Kong (545 milhões de euros).
O conglomerado apresentou no domingo os seus resultados do primeiro semestre, que refletiram uma queda homóloga de 50% no prejuízo líquido para cerca de 33.012 milhões de yuan (4191 milhões de euros) e um passivo total de 2,39 biliões de yuan (303.159 milhões de euros).
A divulgação das suas contas em julho, que já tinha revelado perdas equivalentes a quase 74 mil milhões de euros, entre 2021 e 2022, foi uma das exigências que a Bolsa de Valores de Hong Kong impôs para retomar a cotação.
Na noite de sexta-feira, a empresa afirmou ter cumprido todos os requisitos e confirmou que solicitou a retoma das negociações a partir de hoje, iniciativa que as suas subsidiárias de veículos elétricos e de gestão imobiliária já tinham tomado este mês.
Estes anúncios surgiram poucos dias depois de a Evergrande ter pedido falência nos Estados Unidos para proteger os seus ativos dos credores enquanto continua a negociar a reestruturação da dívida.
A posição financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas piorou depois de, em agosto de 2020, Pequim ter anunciado restrições no acesso das construtoras ao crédito, após anos de forte crescimento assente em políticas agressivas de alavancagem.