Economia

Banco Carregosa desmente buscas da polícia brasileira

A imprensa brasileira diz que os escritórios do banco português foram alvo de buscas devido a suspeitas de lavagem de dinheiro. A instituição bancária não foi notificada nem tem conhecimento de qualquer diligência.

O Banco Carregosa desmente as notícias veiculadas pela imprensa brasileira que diziam que o seu escritório, em São Paulo, foi alvo de buscas por parte da polícia federal.

"O Banco Carregosa desmente que o seu escritório de representação em São Paulo tenha sido alvo de qualquer diligência de busca. O Banco não notificado de qualquer busca ou diligência que, tanto quanto é do seu conhecimento não se realizou", lê-se num esclarecimento enviado ao Expresso.

A representação do banco português está inserida num edifício onde estão várias empresas, sendo que o escritório do banco português tem estado fechado nas últimas semanas.

Desde sexta-feira, que órgãos de comunicação social brasileiros - como o jornal "Estadão", ou o site "O Globo" -, dão conta que a polícia federal investiga a suspeita de envolvimento de funcionários do banco português no esquema de lavagem de dinheiro e envio de divisas para a Suíça atribuído ao ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Banco não tem atividade no Brasil 

"A polícia federal cumpriu mandado de busca no escritório do banco Carregosa na rua Hungria, em São Paulo, nesta quarta-feira. A ação foi autorizada pela Justiça Federal de Curitiba e resultou na apreensão de documentos e computadores", escreve o "O globo". Já o "Estadão" diz que as autoridades suspeitam que o Banco ajudou a enviar valores para contas na Suíça. 

Ao Expresso, o banco esclarece que escritório é uma representação que funciona para dar apoio a clientes que estejam no país, não permite abrir contas, fazer depósitos, não faz pagamentos nem transferências.

"Não é exercida nenhuma atividade bancária, nem poderia ser, dado não se tratar de uma sucursal ou filial bancária. Toda a atividade bancária do Banco está concentrada em Portugal."

Representante tem escritório ao lado 

Só em Portugal os clientes podem abrir contas. O banco também tem um escritório de representação em Madrid, mas quando os clientes querem abrir uma conta vêm a Portugal. 

Por imposição legal do Brasil, todos as empresas têm de ter um representante de nacionalidade brasileira. António Vieira é o representante da Carregosa em São Paulo e tem, ao lado do escritório do banco, o escritório da sua empresa. 

Conhecida como Lava-Jato, esta operação da polícia federal foi tornada pública a 17 de março e trata-se de um esquema de lavagem de dinheiro que terá desviado 10 biliões de reais (cerca de 3 milhões e trezentos mil euros). O centro da investigação é o intermediário Alberto Youssef. Além de Paulo Roberto Costa também já atingiu André Vargas, deputado do PT que entretanto deixou o partido.

Na nota enviada ao Expresso, a instituição diz ainda que não conhece os nomes envolvidos na operação, que não são clientes nem conhecidos. "O Banco está a tentar obter esclarecimentos sobre o envolvimento abusivo, e certamente equívoco, do seu nome em factos que desconhece por absoluto."

O Banco Carregosa foi criado em 1833  e está sediado no Porto. É especialista em banca privada.