Os presidentes dos quatro maiores bancos portugueses asseguram que não há neste momento motivos de preocupação com a banca portuguesa e que esta está sólida. Presentes no programa Prós e Contras, da RTP, convergiram numa avaliação positiva ao aval de 20 mil milhões de euros prestado pelo Governo ao sector financeiro.
Ricardo Salgado, presidente do BES, considerou que o aval foi absolutamente apropriado.
Já Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP, disse que a banca portuguesa não está sujeita ao "subprime" (crédito imobiliário de alto risco) nem aos produtos tóxicos que estiveram na base da actual crise financeira. "Haverá problemas se as pessoas perderem a confiança e levantarem os depósitos para os irem colocar debaixo do colchão", acrescentou.
Faria de Oliveira, presidente da Caixa Geral de Depósitos, afirmou que a decisão do Governo, que classifica como "clara e coerente", vai permitir aos bancos financiar projectos para o país, para as empresas e apoiar os particulares.
Fernando Ulrich, presidente do BPI, disse que a banca portuguesa fez e continua a fazer um bom trabalho. Considerou que não fazem sentido movimentos de concentração nesta altura em Portugal e que os que existiram na Europa e Estados Unidos resultaram da necessidade de salvar bancos com problemas. Ulrich acrescentou que a resposta dada pela Europa à crise foi um enorme sucesso.
Em entrevista ao mesmo programa, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, referiu que a Europa conseguiu dar uma resposta relativamente rápida à crise. E disse que o que falhou claramente foram as autoridades públicas de supervisão. "Não podemos dizer que o erro foi só norte-americano, pois também foi europeu", acrescentou.