Economia

Agricultura: biocombustíveis e biomassa disputam cereais à alimentação

O uso de cereais na União Europeia deverá crescer na próxima década, face ao desenvolvimento das indústrias de biomassa e bioetanol.

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A Direcção-Geral da Agricultura prevê, nas suas "Perspetivas dos mercados e rendimentos agrícolas para 2010-2020", que a produção de cereais vai recuperar, após uma campanha relativamente fraca em 2010 (cerca de 280 milhões de toneladas), chegando às 310 milhões de toneladas em 2020.

As estimativas apontam para um aumento do consumo doméstico de cerais a médio prazo, impulsionado pela crescente utilização de bioetanol, que deve triplicar nos próximos dez anos e atingir 26 milhões de toneladas em 2020.

Os mercados de cereais e oleaginosas são fortemente influenciados pelo desenvolvimento dos mercados de biocombustíveis e estes dependem, por sua vez, de políticas que os promovam. A diretiva comunitária das energias renováveis fixa uma quota de 20% de renováveis no consumo de energia total e de 10% no setor dos transportes até 2020.

O documento salienta ainda que a produção de carne vai recuperar a curto

prazo, mas as perspetivas de longo prazo apontam para um crescimento modesto com uma taxa anual média de 0,3%.

A situação difere consoante se trate de carne bovina ou ovinos/caprinos, com quebras de 7 e 11% respetivamente, enquanto a produção de carne de porco e de aves deve aumentar 7%.

O consumo 'per capita', de carne a nível europeu deve atingir 85,4 quilos em 2020, mais 2% do que em 2009. A produção de leite deve aumentar também, embora de forma moderada, prevendo-se que, em 2020, esteja menos de 4% acima dos níveis de 2009.

As perspetivas são mais favoráveis quanto aos lacticínios, como as natas

e os iogurtes, cuja produção deve crescer 8% em 2020 face a 2009, e ao queijo, que deve aumentar 10%. As exportações de queijo vão manter-se, apesar da valorização do euro, com a União Europeia a reter uma quota estável superior a 30%, a nível mundial.