Economia

Afonso Camões assume a direção do JN

Atual presidente da Lusa aceitou o convite da administração da Controlinveste para dirigir o "Jornal de Notícias". Cargo estava a ser ocupado interinamente desde o início de agosto, após a saída de Manuel Tavares

O jornalista Afonso Camões, atual presidente do conselho de administração da Lusa, vai assumir a direção do Jornal de Notícias. Segundo apurou o Expresso, a informação deverá ser comunicada internamente ainda esta tarde pela administração da Controlinveste. 

Com a contratação de Afonso Camões, de 57 anos, a administração da Controlinveste consegue assim preencher finalmente a vaga criada na direção do jornal pela demissão do anterior diretor do título, Manuel Tavares, no início de agosto. Nos últimos dois meses o cargo tem sido desempenhado de forma interina pelo jornalista Alfredo Leite.

Por definir fica ainda se a próxima direção do JN agora liderada por Camões manterá - além de Alfredo Leite - os atuais subdiretores Jorge Fiel e Paulo Ferreira na equipa.

A nova composição da direção do JN fechará o ciclo de remodelações nas chefias editoriais dos dois diários generalistas da Controlinveste. Também em agosto a administração tinha chegado a acordo com o anterior diretor do Diário de Notícias, João Marcelino, para a rescisão do contrato por mútuo acordo. A direção do jornal passou a ser assumida pelo jornalista André Macedo.

O objetivo da administração da Controlinveste é que o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias assumam linhas editoriais diferenciadas, cabendo ao JN uma linha de informação mais popular (mas não tablóide) e o DN uma linha mais próxima do jornalismo de referência.

Afonso Camões chega à liderança do JN numa altura em que o jornal apresenta uma média de vendas na ordem dos 58 mil exemplares diários. Segundo os dados da Associação para o Controlo de Tiragem e Circulação, o resultado de vendas apresentado no primeiro semestre deste ano traduz uma quebra de circulação de 12% face ao mesmo período do ano passado.

A saída de Afonso Camões na presidência do conselho de administração da Lusa - cargo que tinha assumido em 2009 - obrigará agora os acionistas da empresa (detida pelo Estado a 50,1%) a encontrar um novo nome para liderar a administração da agência de notícias.