No serviço do Instituto da Segurança Social em Alenquer, um cidadão chegou ao local às seis horas da manhã para garantir que seria atendido: esperou três horas, e quando o serviço abriu foi informado que o assunto que vinha tratar não precisava de marcação prévia. Às 9h10 já estava ‘despachado’. Os utentes que chegaram à hora de abertura ao mesmo serviço foram atendidos poucos minutos depois.
O episódio é relatado pela Provedoria de Justiça num relatório publicado esta terça-feira sobre os serviços administrativos do Estado e o atendimento aos cidadãos. O documento foi elaborado após visitas a 25 serviços públicos em Portugal continental entre setembro e outubro do ano passado. O diagnóstico não é positivo.
Há horários de funcionamento diferentes no site e no local, informação afixada misturada com avisos desatualizados sobre a covid-19, sites do Estado facilmente confundíveis com sites não oficiais, falta de esclarecimentos por telefone e muito tempo em espera, informação pouco “segura, clara e transparente”, contactos escondidos, incompletos e “incoerentes”, “sistemas de envelopes” que violam a lei para compensar a falta de meios no atendimento presencial.