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Administração Pública

Função Pública: salários mais baixos ganham poder de compra, mas a maior parte perde até 7,8%

Salários da função pública vão aumentar entre 3% e 6,8% no próximo ano. Incremento garante que os salários mais baixos vão chegar a 2024 com ganhos reais face a 2021, antes da escalada dos preços. Mas grande parte dos funcionários públicos vão sofrer perdas. O Expresso mostra-lhe a evolução dos salários em várias carreiras
NUNO FOX

Os sindicatos mantiveram a expectativa até à última reunião, realizada esta quarta-feira, já depois da entrega da proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024), mas o Governo não foi além da proposta que já que se conhecia. No próximo ano, os funcionários públicos terão uma atualização salarial entre 3% e 6,8%, que será tanto maior quanto mais baixo o salário. Com uma garantia: todos terão um aumento, no mínimo, de 52,63 euros (em termos brutos), elevando a base remuneratória na Administração Pública (AP) para 821,83 euros. Um valor ligeiramente acima do salário mínimo nacional, que em 2024 subirá para os 820 euros mensais.

Com este aumento, somado ao que se registou em 2022 e em 2023 e à reestruturação de várias carreiras, as remunerações mais baixas da AP vão alcançar no próximo ano ganhos reais face a 2021, antes da escalada da inflação. Ou seja, esses funcionários vão sair do surto inflacionista com ganhos no poder de compra. Contudo, esta não é a realidade para muitos trabalhadores do Estado. Os cálculos do Expresso mostram que as perdas podem chegar até aos 7,8%. E fruto dos aumentos variáveis registados em 2023 e previstos para 2024, quem mais perde são os salários mais elevados, em regra associados aos profissionais mais qualificados e mais próximos do topo das respetivas carreiras.