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Administração Pública

Salário médio na função pública recua 0,7% no governo de António Costa (e quase 6% no surto inflacionista)

Remuneração base média mensal no Estado estava em abril nos 1637,7 euros. Tendo em conta a inflação, são menos 0,7% do que em outubro de 2015. Já comparando com abril de 2021, a perda é de 5,9%. É o resultado da política salarial, mas também das entradas e saídas de funcionários públicos. Saiba quem ganha e quem perde

NUNO FOX

Um aumento do salário médio de 16,8% entre 2015 e 2023, isto é, mais 235,28 euros por mês, é muito ou pouco? A resposta depende de um fator-chave chamado inflação.

Entre outubro de 2015 (um mês antes da tomada de posse do primeiro Governo PS, apoiado na ‘geringonça) e abril de 2023, a remuneração base média mensal nas Administração Pública (AP) aumentou 16,8% em termos nominais, para 1637,7 euros. A subida é expressiva, mas, em termos reais, ou seja, considerando o impacto da inflação para aferir a evolução do poder de compra, não só não aumentou, como se regista uma ligeira queda, com variações muito diferentes entre carreiras: a Polícia Judiciária registou os maiores ganhos reais, os cientistas as maiores perdas.

É o resultado da política salarial levada a cabo pelos Governos de António Costa, mas também dos fluxos de entrada e saída de trabalhadores do Estado, que afetam o salário médio. Ainda para mais com as saídas de funcionários públicos para a reforma a atingirem valores que não eram visto no país desde os anos da troika.