Os credores do grupo AC Santos, que decidem hoje sobre a liquidação da empresa, reclamam 7,5 milhões de euros mas os bens que esta possui só foram avaliados em cem mil euros.
Segundo o administrador da insolvência, Eusébio Gouveia, o maior credor individual é a Companhia Portuguesa de Hipermercados (Auchan) a quem o AC Santos deve mais de um milhão de euros.
Trabalhadores têm direito a receber €2,5 milhões
Os cerca de 150 trabalhadores dos supermercados têm direito a receber 2,5 milhões de euros. Os restantes 4 milhões de euros são reclamados por outros fornecedores.
Se a proposta de liquidação for aprovada, os "poucos bens" do AC Santos, como prateleiras e câmaras frigoríficas, serão vendidos em hasta pública, mas Eusébio Gouveia estimou, "numa primeira avaliação muito otimista", que o seu valor não será superior a cem mil euros.
Venda de prédio poderá dar mais dinheiro para pagamento de dívidas
Os credores poderão, no entanto, conseguir mais algum dinheiro se for recuperado o prédio que a empresa insolvente transferiu, em outubro de 2007, para uma sociedade imobiliária pertencente aos mesmos sócios.
O negócio do prédio, avaliado na altura em 4 mil milhões de euros mas que desvalorizou para cerca de 1,5 milhões, pode vir a ser anulado pelo administrador de insolvência.
Se a insolvência for considerada culposa, os administradores da empresa podem ver os seus bens penhorados.
Megafinance não concretizou interesse
A advogada do AC Santos, Carla Beirão, sublinhou que, em maio, quando foi declarada a insolvência, a empresa queria viabilizar o negócio, já que mantinha uma parceria com o seu principal credor (Auchan), mas as partes não chegaram a acordo.
A Megafinance, cujo presidente e consultor estão a ser investigados por suspeitas de burla, mostrou interesse na empresa, mas não passou das intenções.
"Quando tentámos concretizar o que iria ser feito, a Megafinance não deu resposta", declarou a advogada, acrescentando que ficou patente que a proposta não estava fundamentada".