Exclusivo

Economia

BCE pode cortar mais nos juros, mas tudo depende da 'guerra' comercial de Donald Trump

Com um voto contra, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira descer os juros de referência para 2%, na expetativa de que a inflação possa descer até 1,4% no primeiro trimestre do próximo ano. Mas, à cautela, avançou com dois cenários alternativos potenciais que dependem se a União Europeia chega a um acordo comercial sólido com Trump ou se a guerra comercial endurece

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu
Mustafa Yalcin/Anadolu Via Getty Images

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira anunciar o corte de mais 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual) na taxa de referência, baixando-a, a partir da próxima semana, para 2%. Este corte era antecipado pelo mercado de futuros e pelo consenso dos analistas. Excluindo o Japão e a Suíça é a taxa mais baixa nos bancos centrais das economias desenvolvidas, igualando a da Dinamarca (que está fora do euro).

Apenas com um voto dissidente, o conselho de governadores do euro liderado por Christine Lagarde, considerou que esta oitava descida se justifica porque a trajetória de inflação se estabilizará, a médio prazo, em torno de 2%, o objetivo da política monetária da zona euro. O cenário-base apresentado pela equipa de economistas dirigida por Philip Lane admite inclusive que a inflação poderá cair para 1,4% no primeiro trimestre de 2026, o ponto mais baixo no atual ciclo.