Economia

Bolsas fervilham com acordo entre os EUA e a China para redução de tarifas: ‘futuros' do Dow Jones sobem mais de 800 pontos

Mercado de capitais norte-americano aplaude o novo acordo comercial entre os EUA e a China, traduzido num abrandamento da guerra tarifária iniciada por Donald Trump. Os futuros do Dow Jones Industrial subiram mais de 800 pontos no arranque do mercado

Michael M. Santiago

Os investidores já reagiram às notícias sobre o acordo entre Whashington e Pequim relativamente às taxas alfandegárias: os futuros das ações norte-americanas, que medem à expetiva dos investidores face ao desempenho futuro do mercado de capitais, arrancaram a semana em alta, com uma subida de 850 pontos relativamente ao fecho de sexta-feira.

Os investidores respiram de alívio, o índice do mercado de fututos norte-americano, Dow Jones Industrial Average futures, subiu 850 pontos, o equivalente 2,1%, noticiou a CNBC. Uma tendência seguida pelo S&P 500, que valorizou 2,8%. Mais animado ainda arrancou o índice Nasdaq-100 futures, o mercado da chamada nova economia, com um salto de 3,8%. As bolsas europeias iniciaram a semana também em alta, a saudar as notícias do fim de semana das duas maiores potencias comerciais do mundo.

Foi durante o fim de semana na Suíça, que os EUA e a China chegaram a acordo para reduzir temporariamente as tarifas, e abrandar a tensão numa guerra comercial que tem deixado os investidores sob enorme pressão, e os mercados no vermelho. A suspensão por 90 dias da maioria dos direitos aduaneiros entram em vigor na quarta-feira.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já veio felicitar a decisão. Veio dizer esta segunda-feira que as negociações com a China foram “muito produtivas” e que ambos os países concordaram em reduzir as tarifas “recíprocas” em 115% por 90 dias. Os direitos aduaneiros dos EUA sobre os produtos chineses baixam para 30% e os direitos aduaneiros chineses sobre as importações dos EUA para 10%.

As tensões entre a China e os Estados Unidos aumentaram depois de o Presidente Donald Trump ter imposto, no mês passado, tarifas de 145% sobre os produtos importados da China. Pequim retaliou com direitos de 125% sobre os produtos americanos.

O anúncio desta trégua trouxe alívio aos mercados financeiros, com a bolsa da Região Administrativa Especial de Hong Kong a subir mais de 3% nos minutos que se seguiram à publicação da declaração conjunta.


"Estas conversações marcam um importante 'passo em frente' e, esperamos, são um bom presságio para o futuro", afirmou no domingo a Organização Mundial do Comércio (OMC).

A guerra comercial entre Pequim e Washington abalou os mercados financeiros mundiais e alimentou os receios de inflação nos Estados Unidos e de um abrandamento económico. Esta semana, os investidores vão ter notícias sobre o impacto da guerra comercial na economia. Vai sair o índice de preços no consumidor para abril na terça-feira de manhã, e as vendas a retalho e o índice de preços no produtor na quinta-feira.