“Os políticos têm de se focar nas pessoas e governar para as pessoas e garantir estabilidade. Temos desafios muito importantes em Portugal, como a reforma da justiça, da saúde, da educação e não me parece que este ano tenha contribuído para isso”, afirmou Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae, na conferência de imprensa de apresentação de contas da empresa, esta quinta-feira.
A gestora falou mesmo de “um ano perdido para Portugal” entre eleições legislativas, resultados eleitorais, formação de governo e autárquicas. E isto, numa altura em que “há muito para fazer no país” e num cenário “agravado porque a nível mundial há muita instabilidade, guerras, crises económicas.
A presidente executiva da Sonae não tem dúvida do que pensam os portugueses: “estão um bocado fartos das polémicas que envolvem políticos, dos casos que se multiplicam e arrastam por muito tempo, comissões de inquérito não muito relevantes para a sua vida” . "Ouvir a Assembleia da República na tv, não recomendamos a ninguém”, comenta.
Prioridade dos políticos “é governar”
Quanto aos políticos, o que pode dizer “é que a prioridade é governar, não entrar em polémicas uns com os outros”. E a preocupação maior em democracia “é as pessoas acharem que os partidos são todos iguais” e ver os políticos “menos concentrados nos desafios que Portugal tem e são grandes e precisam do entendimento entre políticos”.
“É muito mais importante os políticos estarem focados nas pessoas, nas suas necessidades, do que andarem a discutir pequenos casos uns com os outros que não acrescentam valor nenhum a sociedade”, continuou na apresentação de contas de um ano “memorável”.
2024, assumiu, será “irrepetível nos próximos tempos”, com a Sonae a crescer 18% nas vendas, para um valor recorde a rondar a barreira dos 10 mil milhões de euros, a concretizar um investimento também recorde de 1,58 mil milhões de euros e a criar 9 mil postos de trabalho, passando a empregar 57 mil pessoas.