Depois de um mínimo de mais de três anos em setembro, quando a inflação na zona euro desceu surpreendentemente para 1,7%, os preços no consumidor voltaram a acelerar em outubro. Segundo a estimativa rápida avançada esta quinta-feira pelo Eurostat, a inflação na zona euro em outubro subiu para 2%, com 14 das 20 economias da moeda única a registarem aceleração na subida dos preços no consumidor.
Essa aceleração já esperada para outubro e para próximos meses pelos analistas e pelo próprio Banco Central Europeu (BCE), não deverá, contudo, travar o processo de descida dos juros iniciado em junho. No mercado de futuros das taxas de juro, a expectativa é que a taxa de remuneração dos depósitos do sector bancário nos cofres do Eurosistema desça para menos de 3% até final do ano. Segundo a plataforma Macro Micro, aquela taxa que serve atualmente de referência para o BCE deverá situar-se em 2,85%. Este nível abaixo de 3% em final do ano indicia que o BCE decidirá um quarto corte nos juros na próxima reunião a 12 de dezembro. A taxa está atualmente em 3,25%, pelo que a descida deverá voltar a ser de 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual).
Na metodologia do organismo de estatística da União Europeia, que mede um Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, a inflação em outubro em Portugal manteve-se em 2,6%, um ritmo idêntico ao de setembro. Na metodologia do Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, a inflação portuguesa subiu de 2,1% para 2,3%.