Portugal deverá receber mais 800 milionários estrangeiros para viver no país este ano, projeta a consultora Henley & Partners. O valor faz com que Portugal ocupe o nono lugar entre os destinos preferidos dos chamados indivíduos com elevado património líquido (HNWI, na sigla em inglês) que saem do país de origem, numa lista que é liderada pelos Emirados Árabes Unidos (mais 6700).
A análise divulgada na terça-feira mostra que a migração global de pessoas mais ricas deverá atingir em 2024 um número sem precedentes: 128 mil, ultrapassando o anterior máximo de 120 mil, registado no ano passado. Este forte movimento representa uma “mudança profunda na paisagem global e nas placas tectónicas da riqueza e do poder, com implicações de grande alcance para a trajetória futura das nações que deixam para trás ou daquelas que passam a ser o seu novo lar”, considera o representante da consultora, Dominic Volek, em comunicado.
No total, Portugal contabiliza 67.200 residentes com um património superior a um milhão de dólares, 108 com mais de 100 milhões de dólares e cinco com um valor que supera os mil milhões de dólares. Os dados revelam ainda que, entre os países europeus, Portugal é o quarto destino favorito, depois de Itália, Suíça e Grécia.
A liderança dos Emirados Árabes Unidos é justificada pela “evolução e desenvolvimento do ecossistema de gestão de património”, que “não tem precedentes”, segundo Sunita Singh-Dalal, parceira da consultora. “Em menos de cinco anos, introduziram um quadro regulamentar sólido que proporciona aos ricos uma gama de soluções inovadoras para proteger, preservar e aumentar o seu património”, afirma.
Atrás surgem os Estados Unidos, que deverão atrair este ano mais 3800 grandes fortunas. Singapura, com um aumento de 3500, ocupa o terceiro lugar do pódio. Por outro lado, o relatório indica que Israel sai pela primeira vez da lista dos principais fluxos de entrada. “Esta mudança sísmica sublinha a rapidez com que um conflito pode desfazer a atração de um país para os ricos do mundo”, destaca Dan Marconi, consultor sénior da Henley & Partners.
Já a China lidera o grupo de países que deverá registar uma maior perda de milionários a nível mundial: a previsão aponta para a saída de 15.200 pessoas. Segue-se o Reino Unido, que perde 9500 milionários em 2024, e a Índia (menos 4300). Coreia do Sul, Rússia, Brasil, África do Sul, Taiwan, Nigéria e Vietname completam os dez primeiros lugares.