Depois da subida de março, a inflação terá voltado a abrandar no quarto mês do ano. Em abril, o Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a taxa de inflação terá ficado nos 2,2% (o que compara com 2,3% em março), segundo os dados divulgados esta terça-feira.
Até ao momento, a inflação em 2024 tem-se assemelhado a uma montanha russa, com subidas em janeiro e março e recuos em fevereiro e abril. Ainda assim, continua a ser uma taxa superior à registada no final de 2023 (1,4% em dezembro).
A taxa de inflação em Portugal mantém-se, assim, superior à ‘marca’ dos 2% considerada segura pelos bancos centrais na condução da política monetária. Portugal tinha ficado abaixo deste valor não só em dezembro, mas também em novembro (1,5%). Na teoria, com uma taxa de inflação abaixo de 2%, é seguro começar a baixar os juros - ainda que haja mais fatores a considerar -, algo que o Banco Central Europeu já sinalizou para o verão.
Um dos fatores a que o Banco Central Europeu está mais atento é a inflação subjacente. Em Portugal, este indicador atingiu os 2% em abril (2,5% em março). A inflação subjacente mede a evolução de um cabaz de bens e serviços com mudanças de preços menos frequentes e pronunciadas (exclui bens energéticos e produtos alimentares não transformados).
O INE indica ainda que a variação do índice relativo aos produtos energéticos “aumentou para 7,9% (4,8% no mês precedente) em consequência do efeito de base associado à redução de preços registada em abril de 2023 (variação mensal de -3,2%)".
Por sua vez, os preços dos produtos alimentares não transformados não subiram nem desceram em abril (em março tinham caído 0,5%).
Em relação a março, a taxa de inflação terá sido de 0,5%. Em março a inflação em cadeia tinha atingido os 2%.
O INE estima ainda que o índice harmonizado de preços no consumidor (indicador usado para a comparação entre países da União Europeia) se tenha fixado nos 2,6% (2,9% no mês anterior).
Os dados definitivos da inflação de abril serão divulgados a 13 de maio.