O relatório final da Comissão Técnica Independente (CTI) de avaliação à localização do novo aeroporto, entregue esta segunda-feira à tarde ao Governo, mantém o Campo de Tiro de Alcochete como a opção mais bem pontuada, e reavalia Santarém, considerando-a viável, mas como aeroporto complementar, mantendo-se Portela como o hub, avançou o Eco, e confirmou o Expresso.
Satisfeitos com a versão final do relatório, os promotores de Santarém reclamam vitória, e recusam a ideia de que não podem funcionar como hub. "É um reconhecimento da qualidade do projeto de Santarém", diz ao Expresso, Carlos Brazão. E acrescenta: “relativamente à escalabidade para ser hub basta analisar o trabalho de afinação das soluções de navegação aérea, consensualizdas com a NAV, ao longo de diversas reuniões técnicas, e apresentada na nossa pronúncia a26 de janeiro, para perceber que somos um projeto com a escalabidade de um grande hub”.
Depois de ter sido considerada uma localização "inviável" pela CTI, que apontava debilidades ao projeto em relação à localização das pistas, por causa da proximidade à base aérea de Monte Real, os promotores de Santarém reuniram com a NAV, empresa responsável pela navegação aérea, e ajustaram a proposta. Afinaram então a solução aérea da sua proposta para a chamada técnica de point merge, que na prática é a organização dos aviões para a aterragem, e a Comissão coordenada por Rosário Partidário reviu a sua avaliação.
Fora da concessão da ANA - Aeroportos de Portugal, Santarém dá poder negocial e mais opções ao futuro governo, e isso também terá pesado na decisão de incluir esta decisão no relatório final.
Alcochete mantém-se em primeiro lugar
O Campo de Tiro de Alcochete mantém-se como a melhor opção, na prática a "preferível", seguida de Vendas Novas, que fica em segundo lugar. Santarém muda de posição. E Montijo continua a ser considerado inviável.
A CTI diz, no relatório final a que o Expresso teve acesso, que "a posição geográfica de Portugal favorece o desenvolvimento de um hub intercontinental e, assim, da conectividade no Atlântico e noutras zonas do globo. Um aeroporto internacional que atue como um hub intercontinental tem exigências, de espaço e de condições operacionais, não funciona com eficiência em espaços subdimensionados". E "recomenda que se considere pelo menos duas pistas no novo aeroporto, o que se justifica por razões de segurança e de desempenho".
Tal como já tinha referido no relatório preliminar a CTI diz que "todas as opções estratégicas em avaliação são, de uma forma ou de outra, influenciadas e/ou influenciam o contrato [de concessão] existente", reconhecendo que esta tem o direito de preferência.