Foi de forma enfática que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, respondeu esta quarta-feira a questões dos jornalistas sobre a análise que fez da economia portuguesa no início de setembro, num documento onde expressava a sua leitura da situação e as suas reflexões.
"Era o que faltava o governador que se senta nas reuniões em Frankfurt não poder partilhar a sua opinião com os portugueses", vincou Centeno, durante a apresentação do mais recente Boletim Económico do Banco de Portugal, no qual o banco central reviu em baixa a sua previsão para o crescimento da economia portuguesa este ano e no próximo.
"Estabelecemos o princípio nos últimos três anos de estar mais próximos" e de "alargar a informação partilhada" pelo Banco de Portugal, declarou o governador do Banco de Portugal. E frisou que "aí se enquadra a análise" que apresentou em setembro.
Mário Centeno também notou que o governador "tem responsabilidades acrescidas neste processo", já que "é quem vai às reuniões em Frankfurt". Ou seja, quem se senta, em nome de Portugal, no Conselho do Banco Central Europeu.
Questionado sobre se a leitura que fez da situação da economia portuguesa teria sido "cor de rosa", o governador do Banco de Portugal rejeitou. Mário Centeno frisou que, ao contrário, a sua análise "apresentava os desafios" que se colocam à economia nacional.